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Chuvas definirão oferta de cana

A oferta de cana da próxima safra 2011/12 do Centro-Sul será determinada pela intensidade das chuvas registradas na região durante o período de outubro de 2010 a abril de 2011. A informação é do presidente da Datagro Consultoria, Plínio Nastari. “Não podemos dizer se haverá ou não oferta de cana suficiente sem saber como será o período chuvoso”, disse ele, que se prepara para dirigir a 10ª Conferência Internacional sobre Açúcar e Etanol da Datagro, nos próximos dias 18 e 19, em São Paulo.

Segundo Nastari, as chuvas que estão caindo neste momento são altistas para o curto prazo pois, além de reduzirem a moagem, a maior umidade eleva o teor de destrana na cana, uma substância que impede a cristalização do açúcar, tornando a planta mais eficiente para a produção de etanol. Já no longo prazo, as chuvas recentes são baixistas, pois favorecem o plantio da cana soca da próxima safra. A estimativa de Nastari para a safra 2010/11 do CentroSul (abril/10 a março/11) é de uma colheita de 578,8 milhões de toneladas, com produção de açúcar de 33,26 milhões de toneladas e 27,4 bilhões de litros de etanol. “Não mudamos nossa estimativa porque já esperávamos por esta seca”, disse.

O consultor explica que as cotações estão subindo na Ice Futures em função da incerteza da próxima safra do Brasil. “A oferta da Índia já está conhecida.

Ela aumentou, o que poderia ser baixista se houvesse uma certeza em relação à produção do Brasil. Ela não é conhecida, porém, e, diante do potencial de menor oferta, as cotações sobem.” Nastari disse também que este é um bom momento para as usinas acelerarem sua fixação de preços para a próxima safra. “É bom saber que várias empresas estão aproveitando este momento.” COTAÇÕES. A menor oferta de açúcar registrada na safra atual levou muitas usinas a recomprarem suas vendas quando as cotações estavam em torno de 18 a 19 cents de dólar por libra, postergado a entrega do produto.

Ele acredita que nos atuais níveis de preço, em torno de 25 cents, movimentos de recompra não estão ocorrendo.

Nastari afirmou que, se as chuvas forem intensas e se estenderem até abril, haverá armazenamento hídrico suficiente para a ocorrência de uma boa oferta de cana em 2011/12. “Se as chuvas continuarem de forma gradual até abril, a safra 2011/12 será maior que a atual, com uma oferta de cana superior”, disse. Porém, o consultor afirma que, se as chuvas forem apenas até março, a recuperação da cana da próxima safra não será tão grande. “Um panorama mais correto do que ocorrerá na próxima safra apenas será possível ser delineado no final de janeiro de 2011”, disse.

O consultor afirma, porém, que a expectativa é de que a próxima safra continue mais açucareira diante dos preços elevados do açúcar no mercado internacional e também porque os preços do etanol estarão limitados pelos preços da gasolina no mercado interno brasileiro. Para Nastari, a questão da oferta de etanol será um dos principais temas que serão discutidos durante a conferência. “Haverá necessidade de uma maior oferta de gasolina em função dos preços mais elevados do etanol. Provavelmente, o Brasil terá que importar este produto”, afirma.

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