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Chuva prejudica produtividade da cana e preço sobe

As usinas deixarão de moer 6,25% da safra prevista. Vai sobrar “cana em pé” este ano, como dizem os produtores rurais em anos de chuvas excessivas. Apesar de as usinas e destilarias da região Centro-Sul terem planejado prorrogar a safra canavieira para 15 ou 20 de dezembro, cerca de 20 milhões de toneladas de matéria-prima deverão deixar de ser colhidas e processadas, o equivalente a 6,25% da safra prevista para a região, de 320 milhões de toneladas.

“Choveu demais”, segundo Antônio Eduardo Tonielo, conselheiro da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) e sócio das usinas Santa Inês, de Sertãozinho (SP), e Virálcool, de Pitangueiras (SP). O empresário diz que a chuva causará significativa queda na produtividade este ano.

As notícias de perdas às lavouras de cana repercutiram no exterior. Ontem, os preços do açúcar demerara subiram 4% na Bolsa de Nova York. Os contratos para outubro fecharam cotados a 7,58 centavos de dólar por libra-peso.

Mesmo com a prorrogação da safra, não haverá tempo suficiente para que se colha e processe toda a cana, antes da próxima temporada das águas, no fim do ano.

Usineiros e fornecedores de cana torcem para que as chuvas não voltem nos próximos meses. Mais água daqui para a frente reduzirá ainda mais o teor de sacarose na cana. Cana com baixo teor de açúcar, obviamente, significa menor eficiência na produção de açúcar e álcool.

“Precisa parar de chover para que possamos atender aos mercados”, diz Tonielo, cujas usinas voltaram a operar só no fim da tarde de ontem, depois de mais de 30 horas, devido à chuva na manhã de terça-feira.

A produção de açúcar era estimada em 22,8 milhões de toneladas pela Unica, 11,8% a mais em relação à anterior, mas com o menor teor de sacarose essa marca não será atingida, diz o diretor Pádua Rodrigues.

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