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China reduz meta do PIB e derruba Bolsas

A China -o principal motor da economia global- reduziu a sua meta de crescimento, derrubando as Bolsas de Valores pelo mundo e trazendo preocupações para países como o Brasil, grande exportador de commodities.

Na abertura do Congresso Nacional do Povo (que dura dez dias), o primeiro-ministro Wen Jiabao anunciou que a meta para o avanço deste ano é de 7,5%, e não os 8% adotados desde 2005.

Com os EUA, a Europa e o Japão em recessão ou com crescimento fraco, a China não pode depender das exportações e precisa priorizar o mercado interno, disse Wen. “A chave para resolver os problemas do desenvolvimento insustentável, desequilibrado e sem coordenação é acelerar a transformação do modelo de desenvolvimento econômico”, disse o primeiro-ministro chinês.

Com a crise global, em 2008, vários países vêm cobrando que Pequim não seja tão dependente do comércio e aumente o consumo local.

O anúncio chinês fez as Bolsas globais darem, no mínimo, uma pausa na retomada das últimas semanas, mesmo com números positivos da economia americana.

O Ibovespa teve uma das maiores quedas entre os principais mercados mundiais (-1,21%). Em Xangai, o recuo foi de 0,64%. O Dow Jones, em Nova York, caiu 0,11%.

A promessa chinesa precisa ser analisada com certo ceticismo. Primeiro porque o premiê vem prometendo incentivar o mercado interno desde 2007 ao menos, mas o consumo nesse período perdeu espaço no PIB chinês.

O segundo ponto é que a realidade costuma se sobrepor às metas chinesas. Desde 2005, o governo prevê alta de 8%, mas o avanço médio nesse período foi de 10,9%.

A última vez que a economia chinesa se expandiu menos de 7,5% foi em 1990, quando cresceu 3,8%.

Ao contrário dos outros anos, porém, o FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu sua estimativa de avanço para modestos (para os padrões chineses) 8,2% neste ano e disse que esta taxa pode ser reduzida pela metade por causa da crise europeia.

AVANÇO GLOBAL

No cenário mais otimista do FMI, o país será responsável por 37% do avanço global neste ano, o dobro da soma das nações ricas.

Até por isso, o país tem grande impacto nos preços dos produtos básicos e afeta Austrália, Brasil e países do Oriente Médio, entre outros.

A China foi o principal destino das exportações brasileiras em 2011. Para o país asiático, o Brasil é oitavo principal fornecedor de produtos, especialmente minério de ferro, soja e petróleo.

Segundo cálculos do banco Credit Suisse, a China consome 62% do minério de ferro global, 59% da soja, 29% do cobre e 11% do petróleo.

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