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China, Índia e Rússia ajudam o Brasil a aumentar exportações

SÃO PAULO – Com o crescimento das exportações do Brasil para os demais países do Bric (Rússia, Índia e China) o cenário apresentado por economistas é de que o País ainda tem muito espaço para crescer. De acordo com Mauro Calil, professor do Centro de Estudos Calil & Calil, a base econômica do Brasil é muito pequena, se comparado com os Estados Unidos.

“Um aumento de US$ 5 bilhões faz muita diferença no saldo comercial e mostra que o Brasil ainda tem muito espaço para expandir”, explicou.

Para o professor da Faculdade Rio Branco, Douglas Pinheiro, os países do Bric são os únicos que crescem em relação ao resto do mundo. “Muitos produtos brasileiros, que antes eram exportados para os Estados Unidos e Europa, agora mudaram de rota”, disse.

Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) de janeiro a julho, o saldo da balança comercial com a China está em US$ 4,3 bilhões, resultado inverso ao mesmo período do ano anterior, quando foi registrado um déficit de US$ 995 milhões.

O salto apresentado no comércio exterior com a China deve-se principalmente ao pacote de expansão chinês, que teve como foco prioritário o aumento de infra-estrutura, com a construção de estradas e saneamento básico. Para consolidar a proposta, os chineses compraram muito minério de ferro do Brasil e em conjunto elevaram as compras de soja e seus derivados, pois os preços brasileiros estavam muito baixos.

Francisco Américo Cassano, professor de economia do Mackenzie, argumentou que a tendência é que o cenário permaneça favorável para o Brasil, mesmo com a valorização do Real e o aumento das importações chinesas. Para ele, o único meio de inverter o cenário acontecerá quando a China parar de crescer.

“A tendência é de que o cenário permaneça positivo, enquanto a China tiver uma economia crescendo mais do que o crescimento mundial”, enfatizou.

Índia

O salto significativo no comércio entre a Índia e o Brasil deve-se a exceção da quebra da safra açucareira indiana, que fez com que o país perdesse inclusive o seu posto de principal produtor e exportador e passasse a comprar o produto do Brasil.

“O Brasil acabou ocupando essa posição e as vendas aumentaram o suficiente para que os papéis das empresas açucareiras brasileiras tivessem grande valorização. Além disso, é muito difícil exportar somente a cana-de-açúcar, é necessário o comércio do açúcar refinado, que possui maior valor agregado e rende mais aos cofres brasileiros”, ressaltou Mauro Calil.

As informações do Mdic mostram que de janeiro a julho deste ano o saldo comercial está em US$ 279 milhões, ante ao resultado do mesmo período de 2008, quando apontava déficit de US$ 1,33 bilhões para o País.

Cassano afirma, contudo, que até o final de 2009 o resultado voltará a cair, pois a safra da cana-de-açúcar é muito rápida e a Índia irá se recuperar.

Rússia

O comércio internacional entre o Brasil e a Rússia é apontado como outra exceção, uma vez que as compras de carne bovina incrementaram o saldo comercial brasileiro ao passar de US$ 769 milhões, até julho de 2008, para US$ 1,19 bilhões nos primeiros sete meses de 2009.

Cassano alertou para o fato de a Rússia não ser boa pagadora e, por essa razão, ter migrado suas compras para o Brasil. “A Rússia não é boa pagadora, e procurou os frigoríficos brasileiros pois damos mais prazo e mercadoria de qualidade. Contudo, não podemos confiar nesse mercado. Mas devemos aproveitar suas solicitações”, analisou.

O peso de Rússia, Índia e China na balança comercial brasileira teve aumento significativo neste ano. Até julho, o País registrou superávit com todas essa nações. Em 2008, o Brasil era deficitário com Índia e China.

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