Mercado

Chega ao País sistema inglês para aferir motores diesel

Pequena fabricante de equipamentos para oficinas de motores, a paulista Speedmaq se antecipou à indústria automobilística nacional e acaba de colocar no mercado novo aparato para teste (aferição e manutenção) dos sistemas de injeção eletrônica para motores diesel, que ainda não alcançaram escala na frota brasileira. O equipamento, com tecnologia inglesa, mas com fabricação de partes e montagem nacionalizada, faz a calibragem da nova geração de sistemas de injeção eletrônica chamada common-rail, incorporada em motores diesel de caminhões, ônibus, tratores ou veículos leves.

O lançamento, orientado para a rede nacional de oficinas especializadas em motores diesel, está sendo feito na Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços (Automec/2005), que acontece até amanhã, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. A empresa que fez o licenciamento da tecnologia, a inglesa Hartridge, participou do lançamento no Brasil.

A nova geração de sistemas de injeção para motores diesel foi criada pela equipe de engenheiros da Fiat e posteriormente entregue para desenvolvimento à Bosch. Hoje, a Delphi também produz o sistema.

Foi instalado pela primeira vez em 1997, no sedã de luxo 156 da Alfa Romeo. Segundo Eduardo Giraldon Araújo, sócio-proprietário da Speedmaq, o grande impulso para as bancadas de teste que ofertará no mercado está nas vantagens do sistema de injeção. Os ganhos são menor ruído do motor e, principalmente, redução de emissões de poluentes.

A expectativa é conseguir, a partir de 2006, venda de 60 máquinas por ano. Para os sistemas antigos, a empresa vende anualmente 90 unidades. O custo do aparato preparado para a regulagem das novas gerações de motores é de US$ 35 mil cada.

A decisão de partir para um novo patamar tecnológico para o atendimento do mercado de oficinas de regulagem de motor no Brasil implicou investimentos locais e assinatura de acordo para transferência de tecnologia. Segundo Araújo, a Speedmaq gastou US$ 400 mil no desenvolvimento do projeto. Para isso, a empresa assinou acordo com a inglesa Hartridge.

Pelo acordo, além da importação do sistema de medição, produzido pela parceira inglesa, a Speedmaq pagará 7% de royalties pela comercialização. O plano industrial prevê a criação de uma série de contratos de manufatura com outras empresas. A Speedmaq será a responsável pela integração do sistema. Cerca de 85% do equipamento é nacional. Temos um plano de também produzir o sistema de medição no Brasil. Temos um parque industrial capaz de produzi-lo no País, diz Araújo.

Os motores movidos a diesel utilizados no Brasil ainda não incorporam em larga escala a nova geração de sistema de injeção eletrônica. A maior parte dos motores com a inovação tecnológica é importada – são cerca de 8 mil a 9 mil veículos. Esse número deverá crescer nos próximos anos em razão da necessidade de redução das emissões de poluentes para a atmosfera.

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