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Certificação do etanol pode ser concluída até dezembro, diz Inmetro

A padronização da qualidade da produção de etanol no Brasil e nos Estados Unidos deve ser detalhada até o fim do ano, segundo anunciou ontem o presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), João Alziro Herz da Jornada. Prevista em memorando de entendimento assinado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush em março, a medida tem como objetivo transformar o etanol em commodity energética.

A elevação do status do álcool para commodity é uma reivindicação dos usineiros e considerada estratégica pelo governo brasileiro, que espera com isso reduzir as barreiras não-tarifárias impostas pelos países ricos para dificultar as importações do etanol brasileiro. Geralmente essas barreiras são restrições de padrões tecnológicos.

O governo americano aposta no incentivo à produção e ao consumo do etanol para reduzir a dependência do país no consumo de petróleo. A definição de padrões para o biodiesel ainda está em estágio inicial.

O Inmetro trabalha em conjunto com o National Institute of Standards and Technology (Nist), seu congênere norte-americano. Os dois institutos definem padrões de medição de impurezas e potenciais energéticos dos diversos tipos de etanol e também de calibragem de instrumentos. A União Européia se engajou neste projeto, mas, segundo Jornada, os entendimentos entre Brasil e EUA estão mais avançados. Os dois países são os maiores produtores de álcool combustível do mundo.

“Para o etanol se tornar uma commodity, é fundamental que ele tenha padrões físicos e químicos, certificações e uma base normativa comum. Isso será um processo gradativo, que demandará também um aumento do volume do comércio”, disse o presidente do Inmetro.

Participação da indústria

Jornada ressaltou, entretanto, que os fabricantes de motores precisam apoiar a iniciativa. Até agora, disse, estão reticentes, pois acham que podem ser responsabilizados por eventuais problemas nos produtos que venderem. Para conquistar a adesão dessa indústria, o Inmetro testa o impacto dos biocombustíveis nos materiais que compõem os motores.

Diretor de Comercialização do Escritório de Eficiência Energética e Energia Renovável do Departamento de Energia do governo dos EUA, Brad Barton disse que há progresso nos outros dois principais temas do memorando de entendimento assinado em março. Os governos se esforçam para aproximar universidades e centros de pesquisas e conversam sobre parcerias para outros países a produzirem etanol. Já negociam com República Dominicana e El Salvador.

Barton e Jornada participaram do “1 US-Brasil: Conferência de Inovação – Estratégias para o desenvolvimento global”, evento promovido pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), Conselho de Competitividade Americano (CoC) e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) entre ontem e hoje, em Brasília.

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