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Cepea: Cresce competitividade do etanol; venda no varejo é a maior em 5 anos

Cepea: Cresce competitividade do etanol; venda no varejo é a maior em 5 anos

Indicadores de preços do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, confirmam que a demanda interna por etanol aumentou, respondendo ao estímulo de medidas oficiais. Desde o início da safra 2015/16 na região Centro-Sul, em abril, o preço do etanol hidratado (Indicador semanal Cepea/Esalq), referente ao mercado paulista, caiu 4,9%. No mesmo período do ano passado, a queda foi de expressivos 14%. O Indicador Cepea/Esalq da última semana foi de R$ 1,2064/litro, sem frete e sem impostos (valor recebido por usinas).

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Demanda interna por etanol aumentou

Nos postos de todo o País, as vendas de etanol hidratado chegaram a 1,5 milhão de metros cúbicos em abril, o maior volume mensal desde o final de 2009, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). No acumulado do quadrimestre, as vendas de hidratado estiveram 32,5% maiores que as registradas de janeiro a abril de 2014, subindo de 4,12 milhões de metros cúbicos para 5,46 milhões de metros cúbicos. Já as de gasolina C diminuíram 3,5%, também conforme levantamento da ANP, passando de 14,3 milhões de metros cúbicos para 13,8 milhões.

Como a competitividade do etanol hidratado frente à gasolina aumentou de abril para maio, o consumo do biocombustível pode ter tido novo aumento no mês que se encerrou. Em São Paulo, por exemplo, a cotação média do hidratado em maio foi de R$ 2,001/l, correspondendo a 63,8% do valor da gasolina (R$ 3,135/l) – em abril, a relação era de 64,7%. O combustível derivado da cana-de-açúcar também segue vantajoso nos estados de Mato Grosso, onde o preço do etanol de maio equivaleu a 61,6% do valor da gasolina (ante 62,6% em abril), Minas Gerais (66,4% em maio e 67,5% em abril), Paraná (67,5% e 67,9%, respectivamente) e Goiás (65,4% no último mês e 67,8% em abril) – dados ANP.

Além do aumento da tributação sobre a gasolina em 22 centavos/litro – ocorrida via PIS/Cofins de fevereiro a maio e, desde então, via PIS/Cofins e Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) -, esse aumento da demanda por etanol pode ser explicado também pela elevação do percentual de mistura de anidro na gasolina, de 25% para 27%, e a redução do ICMS sobre o hidratado em Minas Gerais, de 19% para 14%.Configurar imagem destacada

Projeções da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) para a safra que recém-iniciada apontam que a produção de etanol pode crescer 4,3%, para 27,28 bilhões de litros. Desse total, 10,95 bilhões de litros devem ser de anidro (+1,8%) e 16,33 bilhões de litros, de hidratado (+6,1%).

(Fonte: Cepea)

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