Mercado

Cenários climáticos extremos comprometem safra canavieira

A cada ano, as intempéries do clima se tornam mais evidentes e polêmicas a ponto de comprometer um futuro imaginário ou prognosticável. Essas variáveis chegaram ao setor sucroenergético nacional carregado de uma crise financeira. E nesse cenário complexo, a matéria-prima inocentemente luta pela sobrevivência em meio aos delicados desajustes. “No último trimestre do ano, o cenário climático apontava para um futuro déficit hídrico, mas em janeiro, com as chuvas de verão, o cenário se tornou heterogêneo, com pancadas isoladas em pequenas áreas distantes entre cinco a 10 km”, lembra Maximiliano Scarpari, pesquisador do Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto/SP.

Ele explica que das últimas oito safras, cinco delas sofreram com os cenários extremos. “O sol durante o dia e as chuvas no entardecer são muito bons para a cana, mas nem sempre foi assim. Houve uma insolação alta em janeiro, cuja média esperada diária foi de 6 a 6,5 horas de brilho solar no mês, contra a média registrada de 10,5 horas/dia de brilho solar naquele mês”, lembra.

img10331

Segundo Scarpari, em locais que choveu a média e atendeu a demanda hídrica, a produtividade foi muito boa, mas do contrário, o cenário estará comprometido. “Em locais que choveu em janeiro, a produtividade aumentou. Na mesma unidade encontramos vários cenários e que requer estimativas diferentes. Acho que os responsáveis pelas estimativas de safra das unidades devem ter muita atenção nesse levantamento para darem uma estimativa mais precisa aos acionistas”, confirma.

Desde outubro, a estiagem assombra a região de Ribeirão Preto (SP), principal polo do setor sucroenergético nacional. No período choveu 51% abaixo da média prevista para o mês. Em janeiro, as precipitações atingiram 88 milímetros, 71% inferior aos 308 mm esperados.

Confira matéria completa na próxima edição 242 do JornalCana.

Banner Revistas Mobile