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Cenário internacional segura valorização de usinas na Bolsa

As companhias de biocombustíveis listadas em Bolsa podem ser afetadas com a perspectiva para 2013 face a conjuntura externa que segura os preços do açúcar.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), o papel da Cosan garantiu valorização de 13,3% em 2012; a São Martinho subiu 22,32%, a Vanguarda Agro recuperou valorização de 12,5% no ano, e a única que marcou a diferença foi a Tereos a mais afetada pela crise internacional, com queda de 9,02% no mesmo período, enquanto o Ibovespa registra queda de 5,45% em 2012.

Diante dos números atuais, a equipe de análise da corretora Um Investimentos, recomendam a posição em Cosan, com potencial de valorização de 20% até o final do ano, ao preço alvo de R$ 36,90. “A companhia fez um esforço para diversificar receitas, como fez ao adquirir a Comgás e uma participação na ALL Logística que trará estabilidade a boa parte do faturamento”, diz Thomas Chang, da Um.

“Com baixo endividamento, 64% da geração de caixa, a Cosan tem espaço para alavancagem e ainda buscar aquisições baratas no mercado brasileiro”, avalia Gabriel Ribeiro, outro analista da Um Investimentos.

Na carteira recomendada da corretora, os analistas diminuíram o peso do papel na composição, de 11% para 6%. Já a Fator Corretora, em relatório de Rodrigo Fernandes e Hering Shen, projetam preço-alvo de R$ 34 para Cosan com potencial atual de 11%; R$ 32 para o papel da São Martinho com potencial atual de 56%; e de R$ 3,90 com potencial atual de 61% para Tereos.

“Diferentemente do mercado sucroalcooleiro como um todo, estes grupos listados em Bolsa estão elevando a área de plantio de cana”, avalia Júlio MariaBorges, diretor da Job Economia.

Na visão do diretor, não existe nenhum excesso de oferta de álcool no mercado doméstico, sendo o risco apenas o preço internacional do açúcar. “Quanto ao álcool hidratado, vejo a possibilidade de uma redução de impostos por parte do governo federal, para incentivar a indústria a colaborar com a política de preços administrados da gasolina.”

Devido aos dados de plantio, em relatório, Rodrigo Fernandes do Banco Fator, projeta lucro líquido menor para a Tereos em 2013 de R$ 82 milhões, mas recuperação em 2014 com R$ 160 milhões. Em 2012, o lucro líquido da Tereos será de R$ 157 milhões, queda de 19,9% frente ao resultado de R$ 196 milhões alcançados em 2011. “A queda na produtividade agrícola afetou negativamente o resultado operacional da Guarani, compensado parcialmente pelo aumento nos preços médios de açúcar e etanol”, diz.

Já para a Cosan, o Banco Fator projetava lucro líquido de R$ 2,6 bilhões em 2012, contra lucro líquido de R$ 772 milhões em 2011. Para 2013, a projeção é de lucro líquido de R$ 1,17 bilhão, e para 2014, de R$ 1,387 bilhões.

No último relatório da São Martinho, Fernandes informa que para a safra 12/13, a estimativa de moagem de cana-de-açúcar é de 12,0 milhões toneladas, alta de 13% na comparação anual, e crescimento na produção anual de açúcar em 16%, para 900 mil toneladas e crescimento de 25% no ano em etanol.

“Ao fim de março, cerca de 53% do volume de exportação esperado de açúcar para safra 12/13 estavam fixados ao preço médio de US$ 0,25 por libra peso, acima do preço médio atualmente negociado.” Ontem, o preço internacional do açúcar fechou em US$ 0,23 por libra peso.

Consolidação

Em andamento na BM&FBovespa, está a oferta pública inicial de outra companhia do setor, a Bioserv, no montante de R$ 762,424 milhões. A ação terá preço entre R$ 16,50 e R$ 20,50 e de acordo com a conclusão de bookbuilding (livro de ofertas). Os coordenadores líderes são Bradesco BBI e J. P. Morgan.

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