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CE cria microalga em larga escala

O Ceará já detém a tecnologia de criação em larga escala de microalgas para a produção de biocombustível. Essa tecnologia – cuja patente está requerida ao Instituto Nacional de Patentes (INP) – foi desenvolvida com êxito pelos cientistas da Algmax Projetos em Biotecnologia Alimentar, empresa com sede em Fortaleza que já tem carta de intenção assinada com instituições estrangeiras para a implantação de um pólo cearense biotecnológico de energias alternativas.

Segundo Joaquim Franco Júnior, perito ambiental e diretor da Algmax, o pólo deverá ser construído em um complexo industrial a ser localizado em Pecém ou em Cascavel, cujas prefeituras disputam o projeto. Nesse complexo será instalada uma biorefinaria que produzirá óleo de algas para biocombustível, etanol de microalgas e proteína de microalgas para a indústria de alimentos. O complexo terá ainda um núcleo para BTL – tecnologia alemã que transforma biomassa vegetal em biopetróleo. Será o primeiro núcleo a operar no continente Americano.

Pioneiro

As primeiras pesquisas para a produção de microalgas foram feitas há cerca de 30 anos. Nenhuma delas, porém, chegou à fase atual de produção em larga escala obtida de um trabalho individual de três anos feito por Joaquim Franco Júnior e desenvolvido em um sítio de 1,5 hectare no Icaraí. Esse trabalho motivou o interesse dos professores Pengcheng Fu, da Universidade do Hawaí, e Hans Jürgen Franke, da Universidade de Colônia, Alemanha. Eles estiveram em Fortaleza em dezembro de 2008.

Dessa visita, resultou uma parceria celebrada pela Algmax de Franco Júnior com a La Wahie Biotech Incorporated dos professores Fu e Franke. O objetivo das duas parceiras é desenvolver uma planta piloto no Ceará para a produção de etanol de microalgas, consorciando as tecnologias de ! ambas as empresas. ´Estamos muito próximos de uma revolução mundial na produção de etanol com base em microalgas´, disse Franco Júnior. Ele adiantou que as variedades de microalgas utilizadas pela Algmax são a donaliella, a chorella e a clorella, facilmente encontradas no meioambiente brasileiro.

As variedades usadas pela La Wahie, porém, são geneticamente modificadas e não se encontram de forma natural no meio ambiente. ´Mas já descobrimos o caminho para produzi-las também em larga escala´, explica Franco Júnior.

Quem participa como parceira do projeto de instalação da biorefinaria do futuro pólo biotecnológico da Algmax é a empresa alemã Biomethan AG, que instalará no pólo cearense uma unidade de produção de biopetróleo com capacidade anual de cinco milhões de litros. A expectativa de Franco é de que as obras do pólo se iniciem no começo de 2010.

Termelétrica

Tendo em vista que, para a produção em larga escala de microalgas é exigido o seqüestro e captur! a de CO2 (dióxido de carbono), principal colaborador do efeito estufa que aquece o planeta, a Algmax admite que a futura Usina Termelétrica do Pecém, em construção, poderá beneficiar-se do seu pólo biotecnológico. ´É possível a celebração de uma parceria com a Algmax para a captura e seqüestro de parte do CO2 a ser emitido”, diz Franco.

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