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Cautelosa, Braskem reduzirá ritmo de investimentos

Na semana em que completa dez anos, a petroquímica Braskem adotou um discurso mais conservador em relação aos investimentos futuros. Carlos Fadigas, presidente da companhia, afirmou que o grupo será mais criterioso e vai rever o ritmo de expansão para os próximos meses, em razão do cenário macroeconômico atual. “O investimento sempre foi o DNA da companhia”, disse, logo emendando que o grupo seguirá à risca o compromisso de manter a liquidez e a rigidez financeira em um cenário de crise global.

Importantes projetos, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), que será tocado em parceria com a Petrobras, e a fábrica de polipropileno verde (a partir do etanol), terão “uma análise mais criteriosa”, afirmou Fadigas. A fábrica de polietileno verde integrada também deverá esperar mais um pouco.

Segundo ele, a companhia vai manter os aportes de R$ 1,7 bilhão previstos para 2012. Deste total, R$ 1,1 bilhão foi aplicado no primeiro semestre. “Colocamos em operação duas fábricas no país, a de butadieno [no Rio Grande do Sul] e a de PVC [em Alagoas]”, disse. O projeto do México, para a construção de um complexo de etileno, está a pleno vapor e deverá ter início a partir de 2015. “Também fizemos importantes investimentos este ano nos EUA”, disse.

Ontem, a petroquímica reportou prejuízo líquido de R$ 1,03 bilhão no segundo trimestre, revertendo lucro líquido de R$ 420 milhões no mesmo período do ano passado, influenciado pelo desempenho operacional e pelo resultado financeiro líquido, que ficou negativo em R$ 2,105 bilhões no trimestre, diante da valorização de 11% do dólar frente ao real no período. A receita líquida da petroquímica totalizou R$ 9,138 bilhões de abril a junho, com alta de 9% na comparação anual. Já o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 27%, para R$ 845 milhões no mesmo período.

A expectativa é de que a receita da companhia deverá ser maior no segundo semestre. Fadigas observou que cerca de 55% das vendas da companhia são realizadas de julho a dezembro, em função da sazonalidade do setor. “O terceiro trimestre tradicionalmente é o mais aquecido, uma vez que as indústrias se preparam para as vendas de fim de ano”, disse. Em relação à rentabilidade, ele espera um melhor desempenho para o semestre.

Mônica Scaramuzzo

Fonte: Valor Econômico

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