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Caso Fosfertil leva Mosaic a recorrer à CVM

Fernando Lopes

Na guerra de informações, avaliações, laudos e petições deflagrada pela proposta de incorporação da Bunge Fertilizantes pela Fosfertil, em 17 de dezembro, ontem foi a vez da Mosaic Fertilizantes mover as tropas. Para tentar barrar a unificação operacional – que resultaria em uma empresa com faturamento anual de cerca de R$ 5,5 bilhões -, a Mosaic protocolou uma petição na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na qual questiona as avaliações feitas pelo banco Crédit Suisse tanto para o valor da Fosfertil quanto para o da Bunge Fertilizantes.

Baseado em relatório encomendado ao banco J.P. Morgan, a Mosaic sustenta que a Fosfertil foi subavaliada e a Bunge superavaliada pelos proponentes da unificação. No caso da Fosfertil, disse Tobias Grasso, presidente da Mosaic Fertilizantes, a diferença chega a US$ 232 milhões. “O Crédit Suisse avaliou a Fosfertil em US$ 1,485 bilhão; o J.P. Morgan, em US$ 1,717 bilhão”. Segundo ele, a diferença está relacionada às perspectivas favoráveis à agricultura brasileira, sobretudo após o horizonte aberto pela “febre do etanol” nos EUA. A Fosfertil é maior fabricante de matérias-primas para adubos do Brasil, e por isso suas vendas costumam melhorar quando há avanço generalizado do plantio no país.

“As avaliações realizadas pelo Crédit Suisse refletem a realidade dos negócios e investimentos de Fosfertil e Bunge Fertilizantes [esta avaliada em US$ 1,144 bilhão pelo banco]. Não tivemos acesso aos detalhes do documento apresentado pela Mosaic à CVM, que tem mais de 300 páginas, mas vamos avaliá-lo com rigor e prestaremos todos os esclarecimentos necessários”, disse Adalgiso Telles, diretor corporativo da Bunge.

Na Fertifos, que detém 81,53% da Fosfertil, a Bunge tem 52,35%, a Mosaic 33,43% e a Yara, 12,77%. Bunge e Mosaic (que briga na Justiça para reaver os três assentos que perdeu no conselho da Fertifos em 2006) têm sede nos EUA, enquanto a Yara, também contrária à união, é norueguesa. O Brasil, dependente de importações de adubos, responde por 98% dos negócios globais de fertilizantes da Bunge e por menos de 10% das operações das rivais. Sócias na Fosfertil, as três concorrem nos fertilizantes acabados no país.

http://www.valor.com.br/valoreconomico/285/agronegocios/179/”Caso+Fosfertil”+leva+Mosaic+a+recorrer+a+CVM,,,179,4142484.html

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