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Carro “flex-fuel” deve elevar preço do açúcar

Os preços do açúcar devem subir cerca de 10% no próximo ano, à medida que o Brasil, o maior produtor mundial, reduz suas exportações para aumentar a utilização da cana-de-açúcar na produção de combustível automotivo devido à disparada dos preços do petróleo, de acordo com a Sucden Ltd.

Os contratos futuros de açúcar “têm uma boa chance de testar nos próximos 12 meses a barreira dos US$ 330” definida em junho de 1997, disse Sam Tilley, chefe do setor de pesquisa da Sucden, corretora de commodities, em Londres. O açúcar refinado para entrega em agosto chegou a US$ 317 a tonelada na parte da manhã, em Londres. O contrato para entrega em outubro, o mais negociado, subiu para US$ 288 a tonelada.

Os preços da gasolina saltaram nos últimos 12 meses, à medida que a cotação do petróleo subiu 45%, alimentando a demanda dos brasileiros por álcool como alternativa para encher os tanques de seus automóveis. Segundo a Public Ledger, as exportações brasileiras de álcool podem cair para 2 bilhões de litros neste ano, contra o recorde de 2,5 bilhões em 2004.

“A demanda por álcool está crescendo rapidamente, pois ele é mais barato do que a gasolina e menos prejudicial ao ambiente”, disse Tilley. A demanda dos brasileiros por carros bicombustíveis (“flex-fuel”), movidos a álcool, gasolina ou a uma mistura dos dois combustíveis, é tão forte que “as exportações de açúcar do maior produtor mundial podem não crescer neste ano”.

A utilização do álcool como combustível iniciou-se na década de 70, com a implantação do Proálcool, devido à valorização dos preços do petróleo. Na década de 90, devido à triplicação do preço do açúcar não-refinado entre 1987 e 1990 e à queda do preço do petróleo, que passou de US$ 40 o barril em 1990 para US$ 9,64 em 1998, o sistema de utilização de álcool como combustível entrou em colapso no país.

Em 2003, no entanto, com o lançamento dos automóveis bicombustíveis, que permitem que os motoristas variem a quantidade de gasolina e etanol ao encher seu tanque, o consumo desse combustível voltou a crescer. Atualmente, esses carros respondem por 48% de todos os automóveis vendidos no Brasil.

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