Carro com IPI menor traz à tona demanda reprimida
O aumento da venda de veículos em julho na comparação com junho mascarou a realidade de um mercado, que parou à espera da queda de preço pré-anunciada por integrantes do governo. As vendas subiram 13,5%. Mas, isso aconteceu, segundo os fabricantes porque julho contou com mais dias úteis.
Na média diária, o ritmo caiu de 4.917 carros vendidos em junho para 4.607 em junho, explica o diretor de marketing da Volkswagen, Paulo Sérgio Kakinoff. Com mais de um ministro alardeando que o governo reduziria impostos, até o consumidor que pretendia trocar o carro adiou a compra.
A situação mudou completamente no fim-de-semana passado, o primeiro depois da queda do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Vendemos 2.700 veículos somente no fim-de-semana, volume equivalente a bons momentos para o setor”, afirma o vice-presidente da General Motors, José Carlos Pinheiro Neto. O executivo também atribui a retomada das vendas ao dia dos pais.
Mas, apesar de o imposto menor ter representado redução de preços de apenas 3%, o consumidor parece ter voltado às concessionárias só pelo efeito psicológico da medida. Há revendedores que constataram aumento de até 25% no movimento.
Havia uma demanda reprimida, concordam todos os executivos da indústria automobilística. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ricardo Carvalho, o consumidor de fato esperou pela queda dos preços que resultou da diminuição no IPI.
O setor agora está à espera da redução dos juros. Segundo integrantes da comitiva que negociou a redução de IPI, o governo garantiu que a taxa básica cairia. A soma disso com o imposto menor deverá garantir volume adicional de vendas de pelo menos 50 mil veículos neste ano, segundo previsão dos fabricantes de carros e de autopeças. O mercado total deverá ser de 1,3 milhão.
