Mercado

Carro bicombustível está emperrado

Prometidos para estarem nas ruas no fim de 2003, os carros com motores flexíveis, que podem ser movidos a álcool ou a gasolina ou ainda com os dois juntos, de acordo com a opção do motorista, podem atrasar sua estréia no País. Os motivos são a pouca credibilidade do setor alcooleiro, a redução da diferença entre o preço dos dois combustíveis e a falta de sinalização do Governo sobre possíveis incentivos fiscais para a produção do modelo chamado de “flex fuel”.

As montadoras preferem esperar para avaliar se as longas filas enfrentadas na época da falta do álcool, no início da década de 90, ainda estão na memória dos consumidores. “A credibilidade do setor alcooleiro ainda é negativa. As indústrias querem a certeza de que, se colocarem esta tecnologia no mercado, ela terá procura e isso só vai acontecer se o consumidor enxergar alguma vantagem em ter um carro que possa ser movido, ora com álcool, ora com gasolina”, explica o gerente de Tecnologia de Produto da Volkswagen e especialista em motor flex fuel da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Henry Joseph Júnior.

Segundo ele, hoje as quatro principais montadoras do País que produzem carros a álcool têm condições de desenvolver o modelo. A Fiat e a GM prometeram para o fim do próximo ano e a Ford chegou a lançar um modelo piloto, sem previsão de produção em escala comercial.

“Para o consumidor comum, ter a opção de utilizar a gasolina ou o álcool é justificada principalmente se houver uma grande diferença de preço entre os dois combustíveis”, explica Joseph Júnior, lembrando que o consumo maior de álcool num veículo permite que o seu preço atinja, no máximo, 75% do preço final cobrado pelo litro da gasolina.

Segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a procura por modelos a álcool tem crescido. De janeiro a outubro deste ano, as vendas atingiram 42 mil veículos, ante 18 mil em 2001 e 10 mil em 2000. (Correio do Estado)

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