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Carro bicombustível conquista o consumidor

Os carros bicombustíveis, que funcionam com gasolina ou álcool, estão caindo no gosto do consumidor. Lançados em março do ano passado, eles já representam até 30% da venda de automóveis e comerciais leves de algumas montadoras. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que no primeiro trimestre foram vendidas 43.261 unidades, cerca de 13% das vendas totais de automóveis e comerciais leves do período. Em 2003 foram vendidas 48.178 unidades.

Segundo as montadoras, os consumidores são atraídos pelo preço baixo do álcool na bomba. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço do álcool combustível em São Paulo caiu 17,52% entre fevereiro e março. A queda chega a 50,36% nos últimos 12 meses. Já a gasolina registrou queda de 1,48% em março, na comparação com o mês anterior, e 11,83% em relação aos últimos 12 meses.

Com o aumento no volume de produção, o preço médio do álcool na bomba, que no final do ano estava em R$ 0,92, passou para R$ 0,80 em abril, segundo o Sindicato de Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de São Paulo. Pelos cálculos da Volkswagen, como o carro consome mais álcool, para compensar o preço do produto tem de ser equivalente a 70% do valor cobrado pela gasolina. O preço da gasolina comum em São Paulo está, em média, R$ 1,90. Ou seja, a vantagem é grande.

Os veículos bicombustíveis da Volks foram batizados de Total Flex. A montadora tem no país quatro versões desse modelo: o Gol Power 1.6, o Fox 1.0 e mais duas versões da Parati e da Saveiro. O primeiro lançamento ocorreu em março de 2003 com o Gol. Em outubro, a montadora lançou o Fox e na virada do ano a Parati e a Saveiro. De acordo com a Volks, 30% das vendas de automóveis e comerciais leves são de carros com a opção de motores com os dois combustíveis. De janeiro a março deste ano, a Volks vendeu 78 mil automóveis e comerciais leves no mercado interno.

Como a legislação não prevê carro bicombustíveis, os veículos são licenciados como a álcool e, por isso, acabam tendo carga tributária menor. Esse é mais um benefício para o consumidor.

As montadoras sempre informaram que não poupariam esforços para produzir veículos a álcool se houvesse procura. Por algum tempo, os veículos a álcool tiveram grande procura. Na década de 80, com o auge do Proálcool, as vendas dos veículos movidos a álcool chegavam a 80% do total. Depois, com os problemas no abastecimento de álcool e a necessidade de “esquentar” o motor antes de sair, os carros a álcool viraram mico. Viraram também uma maldição: “Carro a álcool, você ainda vai ter um”.

Agora, a tecnologia é outra e o consumidor não tido dor de cabeça. As montadoras informam que não registram reclamações de compradores. A tecnologia para o bicombustível foi desenvolvida por grandes empresas de autopeças – Magnetti Marelli, Bosch, Delphi e Visteon.

Na General Motors, o lançamento de carros bicombustíveis é uma prioridade. O primeiro modelo foi o Corsa 1.8 Flex Power, lançado em junho do ano passado. Logo em seguida, em outubro, veio o Montana 1.8 Flex Power, e em novembro uma versão do Meriva. Em março deste ano foi a vez do Zafira. Na semana que vem, a empresa vai colocar à venda o Astra. Até o mês passado, a GM contabilizava 15% das vendas de autos e comerciais leves com motores com os dois combustíveis. Com o lançamento do Zafira e do Astra esse número deve crescer, de acordo com a montadora.

– O Brasil é o único país com um programa alternativo de combustível. A produção pode ser feita em larga escala, sem perigo de desabastecimento. Há rede de abastecimento de ponta a ponta do país. A GM sempre apoiou o programa de produção de álcool – informou a General Motors.

As montadoras garantem que o preço do veículo não sofreu grande alteração por causa da nova tecnologia. A comparação de preços é difícil porque a produção desses modelos ocorre em algumas versões específicas. Segundo a Volks, o veículo com motor bicombustível custa somente R$ 100 a mais. Na GM, o carro movido a gasolina e a álcool ao mesmo tempo não tem custo adicional e já vem de série. Na concessionária Chevrolet Caltabiano, na zona oeste de São Paulo, o Corsa Flex Power 1.8 básico está custando R$ 29 mil. Na Volkswagen Sorana, na zona norte da capital paulista, o Gol Power Total Flex 1.6 sai por R$ 27.850.

Até o final do mês a Volks vai lançar uma campanha publicitária em conjunto com a União da Agroindústria Canavieira (Unica) de São Paulo para incentivar o uso de veículos a álcool.

Na Fiat, os veículos Flex estão disponíveis nos modelos Palio 1.3 ELX (R$ 23,960), Palio Weekend 1.3 ELX (R$ 30.590), Palio Weekend 1.8 HLX (R$ 35.350), Palio Weekend 1.8 Adventure (R$ 40.940), Siena 1.3 ELX (R$ 27.830) e Siena 1.8 HLX (R$ 30.980). O Palio 1.3 ELX Flex, primeiro carro bicombustível da montadora italiana, foi lançado em novembro. As outras versões surgiram no mês passado.

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