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Cargill descarta etanol como estratégico

Com apenas duas usinas sucroalcooleiras no Brasil e poucos movimentos de expansão nesse segmento, a Cargill Inc., por meio do seu vice-presidente global, o brasileiro Sergio Rial, afirmou ontem com clareza o que a empresa já vinha sinalizando há alguns anos: expandir o negócio de etanol no Brasil não é “estratégico” para Cargill Inc.

De acordo com o executivo, construir uma usina de etanol no Brasil não custa menos de US$ 150 por tonelada, apesar de se tratar de um processo industrial relativamente simples.

“Esses valores são muito altos. Você precisa estar apostando em cotações de etanol e açúcar muito elevados”, afirmou Rial a investidores em evento realizado pela Câmera de Comércio Brasil Estados Unidos. Para ele, atualmente, a “combinação perversa” de altos preços de açúcar com um real forte torna a produção de etanol no P aís “bastante cara”.

A Cargill entrou no setor sucroalcooleiro do Brasil em 2006 com a compra da Usina Central Energética Vale do Sapucaí (Cevasa), em Patrocínio Paulista (SP), em parceria com produtores locais.

Em 2008, ampliou sua atuação no segmento com a sociedade na usina Itapagipe, juntamente com o grupo Moema. Com a venda da Moema para a Bunge, no final de 2009, a Cargill vendeu, em janeiro de 2010, sua participação de 43,75% na Itapagipe para a concorrente por US$ 240 milhões.

Entre 2009 e 2010, a multinacional americana investiu para ampliar a capacidade de processamento da Cevasa, agora sua única usina sucroalcooleira, de 1,3 milhão de toneladas para 2,6 milhões de toneladas.

“É interessante observar como as pessoas veem bem mais valor do que nós” no negócio de etanol, disse Rial. “Isso não significa que não podemos investir em etanol, ma s não temos a intenção de crescer”, afirmou.

Em 2009, os preços internacionais do açúcar mais do que dobraram. Em 2010, avançaram 19%, atingindo a maior alta em 30 anos – 34,77 centavos de dólar por libra-peso, no dia 29 de dezembro. O real acumulou alta de 38% desde o final de 2008, a maior valorização entre moedas de mercados emergentes.

A Cargill, maior empresa dos Estados Unidos no setor de agricultura e alimentos sem ações em bolsa, teve vendas líquidas de US$ 8,5 bilhões (R$ 14,2 bilhões) no Brasil no ano fiscal de 2010, disse Rial. (Com Bloomberg)

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