JornalCana

Carga agrícola não é afetada pela crise e anima ALL para 2009

Confiante no bom desempenho do setor agrícola, a América Latina Logística (ALL) deverá investir R$ 600 milhões este ano e contratar mais 300 colaboradores.

A recessão, que está rondando o País, não é uma preocupação para o presidente da concessionária ferroviária, Bernardo Hees. “Os setores em que atuamos não foram muito afetados pela crise econômica no quarto trimestre”, disse Hees.

Segundo ele, a empresa prevê um crescimento entre 10% a 12% no volume transportado este ano sustentado pelo movimento de produtos agrícolas, que representam cerca de 65% do transporte. Para suportar este aumento de carga, a ALL adicionará à sua frota 35 locomotivas e 600 vagões, sendo 450 equipamentos destinados para o transporte de grãos. “Fechamos com clientes 72% do volume esperado para o ano em contratos dedicados. Além disso, o forte crescimento dos estoques de milho e soja no final do ano em relação a 2008 deve criar um cenário favorável”.

Além disso, diz Hees, o volume transportado no quarto trimestre cresceu 16% para 10,1 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil). “Tivemos um quarto trimestre mais forte que o terceiro trimestre no ano passado, isso muito em função do bom desempenho agrícola e para os três primeiros meses de 2009 acredito que esse ritmo permaneça. Boa parte da safra de milho ficou estocada e será transportada neste trimestre”, afirmou Hees.

Vantagem sobre caminhão – No ano passado, a ALL o volume de commodities agrícolas transportado cresceu 11%, de 21,3 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil), em 2007, para 23,7 bilhões de TKU, em 2008, e a participação de mercado saiu de 51% para 62% nos portos em que a empresa atua. O destaque é a açúcar e farelo de soja, com crescimento em volume superior a 30% cada.

“É um momento interessante para a ferrovia. Tínhamos desvantagens sobre o caminhão porque as empresas não queriam criar estoques e os produtos deveriam ser entregues com mais rapidez. Agora a estratégia das empresas é justamente contrária – o custo passou a ser uma variável importante. E a ferrovia tem um custo bem menor que o caminhão em grandes distâncias. Crescemos muito mais na crise do que na bonança”, afirmou Hees.

Resultados financeiros – O bom desempenho operacional rendeu à ALL uma receita líquida de R$ 2,8 bilhões, um resultado 17% superior ao apurado em 2007. No quarto trimestre, o faturamento da companhia atingiu R$ 613,2 milhões ante R$ 506,4 milhões, crescimento de 21,1%.

O Ebitda (geração de caixa) cresceu 23,7%, chegando a R$ 1,05 bilhão em 2008. Já no quarto trimestre, o Ebtida foi de R$ 222,4 milhões, um valor 17,8 superior 17,8% ao apurado no mesmo período de 2007, R$ 188,8 milhões.

Com relação ao lucro, a ALL teve um crescimento de 148% em relação ao ano anterior, atingindo R$177 milhões. No quarto trimestre, a empresa apresentou lucro de R$ 7,1 milhões ante um prejuízo de R$ 11 milhões. Esses valores desconsideram os efeitos gerados com a com a nova lei contábil 11.638.

Mas, seguindo as novas regras, o resultado da ALL cresce apenas 8,6% em 2008, passando de R$ 162,7 milhões para R$ 176,7 milhões. Já no quarto trimestre do ano passado, a empresa apresentou prejuízo de R$ 9,4 milhões contra uma perda de R$ 23,5 milhões apresentado no último trimestre de 2007.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram