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Canavieiros de Alagoas ganham reajuste de 7,51%

Ontem, após duas rodadas de negociações (iniciadas na quinta–feira, dia 27), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Alagoas (Fetag–AL), o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar–AL), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal) e a Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana) definiram o piso salarial dos canavieiros do estado: R$ 325 (reajuste de 7,51% em relação ao piso anterior, de R$ 302,30), com piso de garantia de R$ 12 se o salário mínimo for igual ou maior ao salário dos trabalhadores.

Em relação à inflação do período (o Índice Nacional de Preços INPC), estimada em 5,29%, o ganho real foi de 2,02%. O preço mínimo da tabela de corte de cana aumentou de R$ 2,35 (atual) para R$ 2,53 (válido a partir de 01/11).

Alagoas mantém o maior piso salarial dentre os canavieiros nordestinos. Na Paraíba, a classe conquistou remuneração de R$ 310, enquanto Pernambuco, após quase uma semana de greve dos trabalhadores, fechou o acordo em R$ 315. A Convenção Coletiva de Trabalho do Setor Canavieiro deverá ser homologada na Delegacia Regional do Trabalho na próxima semana.

Avaliação

O reajuste concedido pelos empregadores está abaixo do que foi reivindicado pelos trabalhadores rurais (R$ 400), mas, segundo a Fetag, a classe não foi prejudicada. “Não era o que desejávamos, mas conseguimos manter quase todas as cláusulas sociais da última Convenção e o nosso salário ainda é o maior do Nordeste, com um ganho real acima da inflação”, avalia o secretário de Formação Sindical da Fetag, Antônio Torres, integrante da comissão negociadora da federação.

O assessor do Sindaçúcar–AL, Cariolando Guimarães, citou a desvalorização cambial como motivo para as entidades não considerem um aumento maior para os trabalhadores. “Há dois anos, vendíamos açúcar com o dólar cotado a R$ 3, mas na safra atual, esse valor é de R$ 2,20. Isso representa grandes perdas não apenas para as usinas, mas para Alagoas, que é um estado essencialmente exportador. Levamos esses argumentos aos trabalhadores e eles se mostraram compreensivos”, conta.

NR 31

Algumas cláusulas da Convenção, como transporte, aplicação de agrotóxicos, abrigos para refeição e sanitários químicos nos canaviais para os trabalhadores serão rediscutidos no dia 24/11, em reunião na Procuradoria Regional do Trabalho. Neste dia, Fetag–AL, Sindaçúcar–AL, Faeal e Asplana assinam, junto à Procuradoria e à Delegacia Regional do Trabalho (DRT), um Termo de Ajuste e Conduta (TAC) à Norma Regulamentadora 31 (NR 31) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que estabelece as regras para o trabalho rural da indústria sucroalcooleira.

O TAC vai garantir um período de transição para que as usinas se adaptem às determinações da norma. “Assim que o TAC for assinado, nossa Convenção vai se adequar a alguns pontos da NR 31, como aplicação de agrotóxicos e transportes”, adianta Antônio Torres.

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