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Canavial sem rotação este ano

A crise decorrente da quebra da safra passada de soja e de amendoim fez com que produtores de cana adiassem ou não fizessem a rotação das lavouras em 2005/2006. Normalmente, a cada cinco cortes da cana o produtor precisa fazer rotação com os grãos, para a reposição de nutrientes. Só que o bom momento do setor sucroalcooleiro – com a tonelada de cana acima dos R$ 30, previsão de aumento de mais 6% retroativo a maio e produção nacional recorde de 436,8 milhões de toneladas, a maior da história, conforme levantamento da Conab – fez com que os agricultores optassem por manter a cana na lavoura por mais uma safra. Se a produtividade superar as 70 toneladas por hectare, compensa para o produtor manter a cana. O preço também é outro componente que influenciará a decisão, diz o gerente da Divisão Agrícola da Cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona de Guariba (Coplana), Adilson Penariol. De acordo com ele, a crise da soja levou alguns produtores a até deixar o solo descansando, vazio, até o próximo plantio de cana.

AMENDOIM

Já a área cultivada em 2005/2006 com amendoim na região – a maior produtora nacional do grão – cairá 27%, segundo avaliação da Coplana, de pouco mais de 33 mil hectares para 25 mil hectares. A seca na safra passada foi muito forte.

Tanto que, mesmo com a redução na área de amendoim esperamos colher os mesmos 3 milhões de sacas nesta safra, diz.

Entre os produtores que reduzirão a rotação da cana está Paulo Rodrigues, que administra a Fazenda Santa Isabel, em Guariba. Este ano reduzimos de 300 para 250 hectares a área de rotação. A cana vai bem e a produtividade chega a 100 toneladas por hectare, diz. Com o preço ruim da soja e a produtividade boa da cana, plantaremos menos o grão.

ROTAÇÃO

Na região de Piracicaba, onde a mecanização é mais difícil em função do relevo, a rotação de cultura ainda não é uma realidade. Aqui a rotação é feita em menor escala, diz o gerentetécnico da Cooperatira dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), Marcos Farhat. Por isso, a cooperativa vem fazendo um trabalho para fomentar a idéia entre os produtores. Conseguimos fazer com que a rotação reduza os custos de instalação da cana. O trabalho da cooperativa, entretanto, está sendo prejudicado este ano. De acordo com Farhat, o momento crítico pelo qual passa o mercado de grãos está atrapalhando a rotação nos canaviais. O preço dos grãos está aquém do desejado, por isso não estamos conseguindo adotar a rotação como gostaríamos. De acordo com Farhat, este ano, só em Piracicaba, além do que se plantava antes (entre 500 e 600 hectares), haverá uma ampliação de 200 hectares de área plantada com o grão. Mas esperávamos pelo menos o dobro disso.

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