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Canaplan estima moagem de 636 milhões de toneladas para o Centro-Sul

Com 615 milhões de toneladas até dezembro, somadas aos 21 milhões de toneladas de cana bis, configura a safra recorde

Canaplan estima moagem de 636 milhões de toneladas para o Centro-Sul

Clima favorável, avaliações otimistas e a perspectiva de uma safra recorde, com moagem estimada em 636 milhões de toneladas. Esse foi o tom da 2ª Reunião da Canaplan, realizada na quinta-feira (19), em Ribeirão Preto – SP.

No painel “Revisão da Safra 2023/24 e 1º olhar para a safra 2024/25”, o presidente da Canaplan, Luís Carlos Corrêa Carvalho (Caio) e os consultores Ciro Sitta e Nilceu Cardozo apresentaram o cenário de encerramento da atual safra e as expectativas para a temporada 2024/25.

De acordo com os consultores, recorde é o sinônimo dessa safra. Carvalho destacou fatores como preço do petróleo, clima favorável, recuperações judiciais sendo levantadas, irrigação e os bons preços do mercado de açúcar. “A cana está recuperando seu prestígio e retomando a produtividade de 2004/05, uma recuperação extraordinária, ficando claro a resiliência do setor”, disse.

Para o presidente da Canaplan a tecnologia é o carro chefe da recuperação. “O clima ajudou, insumos sendo lançados, a questão dos biológicos, mercado de açúcar muito bem, irrigação em cana acontecendo, estamos produzindo muita cana e também muito etanol de milho, devemos ir para 6,2 bilhões de litros de etanol de milho esse ano”, informou.

“Açúcar, um espetáculo, preços impressionantes, nunca vimos.  A produtividade é o grande atestado que levaria a esta safra. O ATR acima de 1,26 ton/ha, o que é uma coisa muito relevante e um dado que anima e tem uma expectativa boa para o ano que vem”, destacou, lembrando a participação das autônomas “tiveram relevância e cresceram nessa safra”, disse.

Carvalho discorreu sobre o recorde de moagem e também sobre a cana bis e acredita que será moagem recorde. “Nós nunca moemos 600 milhões de toneladas de cana. E devemos moer 615 milhões de toneladas até dezembro, para uma área colhida de 7,15 milhões de hectares. Com uma produtividade de 86 toneladas por hectare. Acreditamos que, entre janeiro e março, ainda teria a colher 260 mil, com a produtividade de 80, a gente teria uma cana bis de 21 milhões de toneladas e chegaríamos ao final dessa safra, com 636 milhões de toneladas de cana. É um número impressionante… por 140 Kg a gente faz 41 milhões de toneladas de açúcar, depois 27 bilhões de litros de etanol”, explica Carvalho.

“A projeção do preço do ATR Consecana para a safra 2023/24, de acordo com dados da Bioagência deve fechar em março de 2024 em R$ 1,2670 por kg de ATR., o que é um dado que nos anima”, disse.

Ciro Sitta destacou a produtividade “espetacular” da safra 2023/24 acima de todas as outras safras”. Segundo ele, o canavial está bem mais jovem, em termos de ATR, mantendo o nível das safras anteriores. “No horizonte de 10 anos, essa safra é a melhor em produtividade, mantendo o nível de ATR na casa de 12,5 toneladas por hectare. 45% das unidades apresentam número acima de 13 toneladas por hectare, um número bem significativo”, ressaltou Sitta.

Com relação à safra 2024/25, Nilceu Cardoso, lança um alerta, para o que ele denomina de “safra de ilusão”, em virtude das expectativas elevadas. “Safra que vem de um histórico alto, condições climáticas boas, El Niño consolidado com duração durante todo o período de primavera e verão. Mas existe uma possível transição à neutralidade no outono de 2024. Com janela de colheita ampliada, trazendo impactos à dinâmica de crescimento”, explicou.

Além de que, segundo ele, a cana bis, nem sempre resulta em uma safra maior. “As premissas indicam a manutenção da área total, com um aumento de área de colheita, porém com uma produtividade menor que a safra atual”, avalia.