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Cana vai sustentar matriz energética

Bagaço será responsável pela geração de 14 GW até 2014 PRISCILA DOS SANTOS

Especial para Folha Nem há como dizer que as energias alternativas são consideradas estratégicas para o futuro. Elas são estratégicas para hoje. Pois, além de poupar as hidrelétricas, são menos agressivas ao meio ambiente. No Brasil, o bagaço de cana-de-açúcar é um recurso em potencial, por conta das condições climáticas do País. Uma análise da Frost & Sullivan, empresa internacional de consultoria e pesquisa, estima que a quantidade de energia gerada dessa biomassa irá atingir, até 2014, 12,2 giga walts (GW). Para se ter uma idéia da dimensão, a Usina Hidrelétrica de Itaipu gera 14 GW de energia.

Isso significa que a energia gerada pelo bagaço da cana-de-açúcar pode apresentar um aumento de até quatro vezes, uma vez que, no ano passado, chegou a 3,0 GW. Essa previsão leva em conta o investimento no setor sucroalcooleiro, que tende a implementar caldeiras com maior capacidade de produção. De acordo com o analista da Frost & Sullivan, Jorge de Rosa, o Nordeste precisa ser mais explorado, pois reúne elementos essenciais para esse tipo de geração de energia, que são território, clima e solo.

“Além desses, é preciso investir na estrutura de negócios. A ausência de um cluster dificulta a exploração desse recurso”, avalia. Apesar da pesquisa não dispor de informações do quanto os estados vêm investindo na geração de energia por cana-de-açúcar, o analista revela dados sobre o potencial de cada um. A Bahia ocupa o primeiro lugar, com 30% do potencial de biomassa da Região Nordeste. “Essa posição é facilmente explicada por conta de sua extensão territorial”, explica. O Maranhão surge com uma média de 25% do potencial; em seguida, estão o Piauí, com cerca de 15%, e o Ceará, com 8%. Pernambuco só aparece em quinto lugar nessa lista, com aproximadamente 5% do potencial de todo o Nordeste.

O analista Jorge da Rosa enfatiza que esses dados correspondem a possibilidades, e não ao número de investimentos no momento. “Existem alguns obstáculos que dificultam o alcance dessas porcentagens, como a necessidade de uma regulamentação adeqüada e, conforme já foi ressaltado, de uma estrutura de negócios”, informa. O uso do bagaço de cana-de-açúcar pode, além de fortalecer a matriz energética, motiva a auto-suficiência das usinas, pois estas passam a suprir suas necessidades com a energia gerada pelo seu produto cultivado, e ainda vender o excedente para outras indústrias, gerando renda às propriedades rurais.

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