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Cana tem alta de 16% no Centro-Sul

Os preços médios pagos por tonelada de cana em São Paulo, maior Estado produtor do país, devem fechar em R$ 35 na safra 2004/05, valor 16% maior que o ciclo anterior, de acordo com dados preliminares da Organização dos Plantadores de Cana do Centro-Sul do Brasil (Orplana). Apesar do aumento verificado nesta safra, que se encerra em abril, os preços recebidos pelos plantadores ainda não cobrem os custos de produção, afirma Manoel Ortolan, presidente da Orplana. “Não foi uma boa remuneração para os produtores. Os nossos custos estão em torno de R$ 40 por tonelada de cana.”

Ortolan observa que os gastos com fertilizantes e defensivos aumentaram os custos de produção nesta safra. “Tivemos gastos quando o dólar ainda estava valorizado. Depois da desvalorização do câmbio, os preços dos insumos não recuaram na mesma velocidade.” Segundo ele, desde a safra 2002/03 a remuneração dos produtores está abaixo dos custos de produção.

Os produtores insistem, desde o ano passado, em discutir com as usinas mudanças no atual modelo de pagamento aos fornecedores de cana. Pelo atual modelo, o Consecana, o cálculo de pagamento é feito com base no quilo médio da ATR (total de açúcar na cana). O índice Consecana é determinado mensalmente e também leva em conta a qualidade da cana, o mix de produção das usinas, as perdas industriais e os preços alcançados pelo produto no mercado externo. O fornecedor recebe um adiantamento mensal, e o ajuste final é calculado no encerramento da safra.

Para fechar um acordo, os produtores e as indústrias encomendaram, no final do ano passado, separadamente, estudos para avaliar o atual modelo de pagamento. “O prazo é que esses estudos sejam apresentados até o dia 30 de maio. Depois, teremos mais dois meses para discutir o modelo mais adequado”, afirma Ortolan.

As indústrias do setor sucroalcooleiro ainda estão em fase de elaboração de seus estudos, informou a União das Agroindústrias Canavieiras de São Paulo (Unica).

De acordo com Manoel Ortolan, os produtores reclamam que a atual remuneração não é justa porque não é proporcional aos lucros obtidos pelas usinas com a venda de açúcar e álcool nos mercados interno e externo.

Parte dos produtores, sobretudo do Nordeste do país, defende a remuneração em produto, equivalente em açúcar e álcool. “Há algumas usinas que já pagam em produto”, comenta Ortolan.

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