Cana resistente a inseticidas
Em linha com a reestruturação da cooperativa, o Centro de Tecnologia da Copersucar (CTC) também ganhará novas responsabilidades. “O CTC deverá ser focado em pesquisa e desenvolvimento, ou seja, em projetos que diferenciem nossa tecnologia das demais”, diz Hermelindo Ruete de Oliveira, presidente do conselho de administração da Copersucar.
Referencial no país, ao lado do órgãos como Instituto Agronômico (IAC) e da Embrapa (Empresa de Pesquisa Agropecuária), o CTC domina há seis anos a tecnologia de cana-de-açúcar transgênica. A Copersucar tem cinco variedades de cana-de-açúcar transgênica, resistentes a herbicidas e inseticidas, como o glifosato e o glufosinato de amônia, com pareceres favoráveis à pesquisa avalizados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTnbio), órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, com o também aval do Ministério da Agricultura.
“Essas canas estão guardadas no CTC, em stand-by, à espera de uma regulamentação do governo. Hoje nada é utilizado comercialmente”, afirma o empresário.
Criado em 1979, o CTC tem registradas 24 variedades de cana com certificados de proteção de cultivares no Ministério da Agricultura. As pesquisas do CTC foram importantes para o desenvolvimento de novas variedades de cana no Brasil, o que ajudou a impulsionar o Proálcool, programa criado na década de 70 para estimular a produção de álcool combustível no país. As pesquisas do centro – que é referência mundial – proporcionaram ganhos na produção agrícola nos canaviais paulistas.
O orçamento anual do centro tecnológico está estimado em R$ 30 milhões, dos quais R$ 15 milhões são desembolso dos cooperados. A outra metade são de royalties. Considerado estratégico, a Copersucar quer direcionar o CTC para tecnologia e pesquisa. “O que o mercado já faz, não faremos”, sentencia Ruete. Nos últimos 20 anos, o CTC ficou direcionado para a transferência de tecnologia para as suas usinas cooperadas. Agora o cooperado terá de buscar essa transferência de tecnologia no mercado.
