JornalCana

Cana: produtores reivindicam acesso a linhas de crédito

Os produtores independente de cana-de-açúcar querem que o governo federal lance linhas de financiamento para que eles possam aumentar a participação no mercado sucroalcooleira. Duas propostas foram defendidas pelo presidente da Comissão Nacional de Cana-de-açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Edison José Ustulin.

A primeira é que o Programa de Desenvolvimento Comparativo para Agregação do Valor à Produção Agropecuária (Prodecop) também seja aberto aos produtores de açúcar e álcool. O programa, quem tem taxas de juros de 10,75% ao ano, não é liberado para as indústria de açúcar e álcool. Esse porcentual já inclui 3% de remuneração dos agentes financeiros e os empréstimos podem ser pagos em 144 meses, incluindo 36 meses de carência.

Outra proposta defendida por Ustulin é a criação da Cédula de Produto Rural (CPR) para os produtores de álcool. Dessa forma, eles poderiam estocar parte da produção para o período de entressafra. Ele pediu que a CPR do álcool tenha juros inferiores ao da CPR normal, que oscila de 19% a 21% ao ano. Para a CPR do álcool eles querem encargo financeiro de 11% a 11,5% ao ano. A diferença seria bancada, na proposta defendida pela CNA, por recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Para discutir esses propostas, a CNA e o Ministério da Agricultura realizam um seminário em Brasília, cujo tema é “Verticalização da Cana-de-açúcar: Renda e Competitividade para o Produtor”.

O resultado do seminário deve ser entregue ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Segundo Ustulin, o setor sucroalcooleiro movimenta R$ 40 bilhões por ano, dos quais os produtores independentes ficam com 10% desse valor, ou seja, R$ 4 bilhões. No País há cerca de 50 mil produtores independentes, mas esse número tem caído de modo gradativo, de acordo com ele. Em Pernambuco, nos últimos três anos, metade dos produtores deixou a atividade e optou por arrendar as terras. “Atualmente, 75% da área plantada no País pertence a grupos industriais. Os 25% restantes estão nas mãos de produtores independentes”, comentou Ustulin.

Ele lembrou que os produtores independentes querem participar do processo de expansão da atividade no País, incremento necessário para atender a demanda interna e do mercado externo. Em 2005, a produção de cana-de-açúcar deve somar 400 milhões de toneladas em comparação com 390 milhões em 2004. Estimativa da CNA indica que na safra 2010/2011 será necessário produzir 180 milhões de t a mais. Para abocanha parte desse mercado, os produtores defendem a organização em cooperativas.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram