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Cana moída chega a 40% da safra deste ano

A safra 2005/06 de cana-de-açúcar segue normalmente com ajuda importante do clima. Longe das chuvas, a cana na lavoura concentra suas propriedades e faz a festa do setor. Em algumas usinas da região, já foram processados 40% da cana e o encerramento das moagens pode ter antecipação de alguns dias. Há usinas que pretendes encerrar as atividades em novembro.

De olho no abastecimento de álcool no mercado, algumas usinas decidiram iniciar as atividades industriais antes de maio, mês que marca tradicionalmente o começo da produção de açúcar e álcool.

A CESE – Companhia Energética Santa Elisa, em Sertãozinho, aposta no tempo bom, sem chuva e com sol até novembro quando pretende parar as moagens e manter a previsão do início da safra.

A usina começou a moer a safra desse ano no final de abril, antecipando alguns dias, o que permitiu ter processado até essa semana 2,3 milhões de toneladas de cana de um total previsto de 6,3 milhões.

Segundo o diretor de Controladoria da CESE, Sebastião Henrique Gomes, o tempo bom pode levar a usina a antecipar em alguns dias o encerramento das atividades, prevista para novembro.

“É normal. Quando a moagem começa em meados de maio, o que é comum, ela se encerra em dezembro. Quem começa mais cedo, acaba antes”.

Essa previsão, no entanto, não deve chegar a repetir o que ocorreu na safra 99/00, quando a moagem encerrou em 31 de outubro. “Aquela foi uma safra atípica porque houve uma forte estiagem e a perspectiva de escassez de açúcar”, analisa Gomes.

Na média, a safra este ano está mais adiantada que a anterior quando se encerrou em dezembro. Segundo o consultor Neriberto Simões, a antecipação da moagem em boa parte das usinas se deveu a duas razões. “Havia a necessidade de abastecimento de álcool que, aliado ao clima, levaram várias usinas a começar a moer em março ou início de abril”.

A Usina Batatais foi uma das que primeiro iniciou a safra na região, em 04 de abril, mesmo assim, de acordo com o gerente Industrial, Nivaldo Rossi, a previsão de encerramento é para 15 de dezembro. Até o momento, a Batatais processou 1,3 milhões de toneladas de cana, de um total estimado em 3,2 milhões.

A tendência foi registrada pela Unica, entidade que reúne as usinas do Estado de São Paulo. Segundo o último relatório, os dados confirmam a antecipação do início de safra.

Em comparação a 1º de maio do ano passado, houve um acréscimo de 133,91% no volume de cana moída na mesma data desse ano, ou seja, na safra 05/06, no início de maio, já tinham sido processadas 10.876.149 toneladas de cana, contra 4.649.813 na mesma data da safra 04/05.

Açúcar segue em alta na produção

Em que pese a grande expectativa do mercado com relação à exportação de álcool combustível e atendimento crescente da demanda interna, é o açúcar quem anda dando as cartas até o momento na safra 05/06 de cana-de-açúcar. Os números revelam que no mix de produção, mais da metade da cana colhida é direcionada para a produção açucareira.

Na CESE – Companhia Energética Santa Elisa, 55% da cana moída será para fabricação de 10 milhões de sacos de 50 kg de açúcar e 43% para a produção de 230 milhões de litros de álcool total, ao final da safra.

Na Usina Batatais, a diferença é maior ainda. Cerca de 56% da cana vão para a produção de açúcar e 44% para o álcool. Dos 120 milhões de litros de álcool previstos para o final da safra, já foram fabricados 40%, ou seja, cerca de 45 milhões de litros. Quanto ao açúcar, já foram produzidas também cerca de 40% dos 5 milhões de toneladas previstas para essa safra.

No último acompanhamento de safra da Unica, entidade que agrega usinas de Estado de São Paulo, em 1º de maio desse ano, a produção de açúcar teve um acréscimo de 137,45% em relação ao mesmo período do ano passado, mas a de álcool total, incluindo combustível, industrial e neutro, obteve um crescimento muito maior, com índice de 176,50%.

De acordo com o consultor do setor sucroalcooleiro, Neriberto Simões, os preços de açúcar no mercado interno e externo têm se mostrado mais atrativos, principalmente nos contratos futuros, a partir de outubro.

Ele acredita, no entanto, que ao final da safra o mix estará mais equilibrado inclusive a favor do álcool. Ele aposta em 51% da cana esmagada para álcool e 49% para o açúcar.

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