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Cana e soja atraem a alemã Lanxess para a cogeração

A alemã Lanxess investe em cogeração de energia no Brasil, na Índia e na Bélgica. No exterior, os projetos envolvem soja e gás natural ecológico. No Brasil, o grupo instalou em Porto Feliz, no interior paulista, uma usina com capacidade de gerar, a partir do bagaço da cana-de-açúcar, 4,5 megawatts. Ao todo, a empresa deve injetar 25 milhões de euros (US$ 33,8 milhões). Só no País já foram investidos 8 milhões de euros (US$ 10,8 milhões).

Segundo Marcelo Lacerda, Chief Executive Officer (CEO) da Lanxess, a quantidade de dióxido de carbono (CO2) emitida é igual à absorvida pelas plantações de cana durante o cultivo. “Nossa meta é reduzir até 2012 em 80% as emissões de gases causadores do efeito estufa”, diz.

De 2007 a 2009, de acordo com levantamento realizado nas 43 unidades do grupo, espalhadas por 23 países, as emissões anuais das plantas já foram reduzidas em quase 60%. Na usina brasileira, a redução será de 44 mil toneladas métricas de gás carbônico por ano. Segundo Lacerda, esse volume deve diminuir a praticamente zero as emissões da planta. “O que sobra é uma cinza irrisória que vira adubo para a própria cana”, afirma o executivo.

A energia ecológica será destinada à própria produção de pigmentos de óxido de ferro, comercializados mundialmente como bayferrox ou pó xadrez, como é conhecido na região de Porto Feliz. “A ideia não é vender energia. Mesmo a folga de 20% será usada na planta”, afirma.

Além da fábrica em Porto Feliz, segundo Lacerda, a Lanxess possui mais três usinas no País.

Dados da companhia apontam que os volumes da principal unidade da empresa, localizada em Krefeld-Uerdingen, na Alemanha, o qual possui a maior planta mundial de produção de óxido de ferro, com as plantas de Jinshan, na China, e de Porto Feliz somam uma produção de 350 mil toneladas métricas do pigmento por ano. O produto é enviado a indústrias do ramo da construção civil e automotivo, além de fábricas de tintas e revestimentos, e linha industrial de plástico e papel. “O óxido de ferro também é utilizado em pastilhas de freio e airbags”, afirma Lacerda.

Das novas usinas, duas serão implantadas na Índia, uma em Nagta, a base de soja, que deve entrar em operação no segundo semestre deste ano, e outra em Jhagadia, com inauguração prevista para o fim do ano. Esta última produzirá resinas de troca iônica, a partir de energia gerada com gás natural ecológico. Em Nagta, a planta gera 4 megawatts e até 45 toneladas métricas de vapor por hora.

Na Bélgica, o fornecimento de energia da unidade, localizada em Zwijndrecht, será realizado, também este ano, em cooperação com o fornecedor belga Electrabel. O objetivo da parceria é colocar em funcionamento uma usina de co-geração para fornecer eletricidade para as fábricas de borracha da Lanxess.

De acordo com Lacerda, a previsão de redução de dióxido de carbono gira em torno de 80 mil toneladas métricas por ano, e como no site brasileiro, deve operar com eficiência de 90%.

Na Antuérpia já funciona uma das primeiras plantas de cogeração da área portuária da empresa. A Lanxess foi fundada em 2005.

Além do Brasil, Índia e Bélgica, a empresa atua também na Austrália, Espanha, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos.

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