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Cana-de-açúcar garante emprego

No ranking das 50 cidades que mais abriram postos de trabalho com carteira assinada este ano no País, a pequena Vista Alegre do Alto, no interior paulista, pode ser considerada um oásis. Localizada na região de Ribeirão Preto, distante 378 km da capital paulista, o município, com 6,1 mil habitantes, praticamente não convive com o desemprego e consegue manter baixo índice de criminalidade, apesar de um quarto de sua população ser flutuante. De janeiro a maio, as empresas de Vista Alegre do Alto fizeram 4.089 novas contratações, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. A cidade ocupou a 43ª colocação entre as que mais criaram empregos no período. A primeira foi São Paulo, com cerca de 123 mil novas vagas. Em termos proporcionais ao tamanho da população, contudo, o município só ficou atrás de Braúna (SP) na criação de empregos com carteira assinada. As duas cidades têm a mesma vocação do agronegócio, puxado pela cana-de-açúcar.

Em Vista Alegre do Alto, o grande empregador é a Nardini Agroindustrial, que contratou este ano cerca de 3 mil cortadores de cana para o período de safra, que vai de abril até o fim de novembro. No total, os mais de 4 mil postos de trabalho abertos este ano seriam suficientes para ocupar 67% da população da cidade. A proporção, porém, é bem menor, porque, embora os trabalhadores tenham sido registrados em Vista Alegre do Alto, a maioria das vagas foi ocupada por moradores de cidades vizinhas e migrantes. Na Nardini, só 400 das 3 mil contratações foram para o corte de cana no município. “Os demais estão espalhados pelos canaviais que a empresa mantém em 23 cidades da região”, explica Antônio Destri, assessor de diretoria da Nardini. Boa parte dessa mão-de-obra migra de áreas rurais do Norte e Nordeste, atraída pelos melhores salários pagos no Sudeste, onde se concentra mais de 70% da produção de cana-de-açúcar do País.

O pernambucano Cícero Alves Feitosa, de 32 anos, deixou Afogados da Ingazeira (PE) há 12 anos para tentar a sorte no interior paulista. Para Feitosa, que é analfabeto, a garantia de emprego bem remunerado e com carteira assinada naquela região é tão rara quanto a chuva.

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