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Cana-de-açúcar faz Enilson lucrar com rapaduras

Feita a partir da cana-de-açúcar, a rapadura sobrevive em meio a tantos doces. E mantém a geração de renda para pequenas ‘fábricas’ do interior do estado de Minas Gerais, como o município de Itaguara, na região chamada de Campo das Vertentes.

downloadÉ o caso do produtor Enilson Magno Teles. Ao contrário de muitos produtores que preferiram migrar para a produção de tomate ou investir na prestação de serviços, ele decidiu seguir em frente com um trabalho que dura mais de duas décadas.

Enilson conta que começou na atividade observando os pais. Hoje, além de contar com a  mão de obra familiar, principalmente com a ajuda da esposa, ele também emprega quatro funcionários. O produtor planta a cana usada da fabricação da rapadura e não deixa de atualizar os conhecimentos, por meio de capacitações.

Adepto das novidades tecnológicas, ele reconhece que muitos produtores de rapadura enfrentaram dificuldades, mas acredita que o bom desempenho do seu trabalho é fruto da modernização do maquinário.

Teles: qualidade da cana é prioridade número um para chegar a uma boa rapadura
Teles: qualidade da cana é prioridade número um para chegar a uma boa rapadura

“Acredito na tecnologia, por isso comprei um caminhão pra puxar a cana e troquei o engenho. A forma de trabalhar a rapadura foi muito facilitada nessas últimas décadas”, diz Teles. Ele produz mensalmente 12 mil unidades de rapaduras.

Cada uma, com cerca de 700 gramas é vendida a R$ 2 nos municípios de Pará de Minas, Divinópolis, Bom Despacho, Nova Serrana, Pitangui, Cláudio, Carmo da Mata, Oliveira e Carmópolis de Minas.

“É um produtor muito receptivo às informações técnicas e participa dos trabalhos realizados pela Emater-MG, desde 2001, quando começou com o 1º Curso de Processamento Artesanal de Cana-de-Açúcar, ministrado pela empresa”, testemunha a extensionista de bem-estar social Cornélia Silveira. Ela presta assistência e acompanha vários agricultores que vivem da atividade.

Mais de 100 anos

De acordo com a extensionista, mesmo com os agricultores migrando para outras atividades, a produção de rapadura faz parte da história do município de Itaguara. “Existem relatos de engenhos produzindo rapaduras há mais de cem anos, por isso,  como tradição cultural a fabricação de rapaduras não perderá jamais a sua importância. E a Emater-MG sempre será uma grande incentivadora deste trabalho”, informa.

Atualmente, segundo a técnica, Itaguara tem 14 unidades de processamento artesanal de cana-de-açúcar (engenhos) com 47 agricultores familiares. Juntos esses produtores produzem mensalmente 75, 8 mil unidades de rapadura.

Ainda de acordo com Cornélia, 50% dos produtores de rapadura fazem parte de associações de agricultores familiares, utilizam a linha de crédito Pronaf e já participaram de três cursos ministrados pela Emater-MG, em parceria com o Senar.

Os cursos abordaram 18 temas, entre eles a saúde e segurança no trabalho; boas práticas de fabricação e variedades de cana adequadas ao processamento, entre outros.

As rapaduras são feitas puras e acrescidas de amendoim, mamão, coco e abóbora, entre outros sabores. Além da região, a comercialização é realizada em entrega direta na Ceasa, Sul de Minas, com destaque para a cidade de Piranguinho, famosa pela fabricação de pé de moleque. (Com conteúdo da Assessoria da Secretaria de Agricultura do estado de Minas Gerais)

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