Mercado

Cana avança sobre grãos, café e citros

Área cultivada cresce 5,4% na safra 2006/07. Produção serárecorde, 8,9% maior. A produção brasileira de cana-de-açúcar deve atingir um recorde histórico de 469,8 milhões de toneladas na safra 2006/07 – um avanço de 8,9% sobre a safra anterior, que fechou em 431,4 milhões de toneladas. Os dados são do primeiro levantamento do gênero para essa cultura realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Isopo Porto, a alta da produção da cana para a próxima safra deve-se à expansão (5,4%) da área plantada para 6,2 milhões de hectares. O aumento dessa área é fruto de investimentos industriais, atraídos pelos preços de mercado, ainda de acordo com Porto. Dez novas usinas começaram a operar a partir de abril.

Além disso, o diretor da Conab disse que as expectativas de alta da produção do produto reflete a migração de produtores rurais de grãos, como soja e milho, para o cultivo de cana-de-açúcar, nos Estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Em São Paulo, os produtores rurais também estão deixando a cafeicultura e citricultura, e partindo para o cultivo de cana-de-açúcar, que demonstra alta rentabilidade.

Segundo estimativa da Conab, a produtividade média do produto deve crescer 3,4%, de 73.868 kg por hectare para 76.353 kg na próxima safra.

A indústria sucroalcoleira deve esmagar 423,4 milhões de toneladas de cana na safra 2006/07. Do total, 237,1 milhões serão dirigidos à produção de açúcar. Pelo levantamento da Conab, a próxima safra de açúcar deve somar 29,2 milhões de toneladas, 9,5% a mais do que o volume do ano passado.

Já a produção de álcool (hidratado, anidro e neutro) deve consumir 186,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A previsão é que a próxima safra de álcool some 17,8 bilhões de litros (aumento de 4,3%). Uma outra parte da cana (46,4 milhões de toneladas) deve ser destinada à produção de cachaça, rapadura, ração animal e sementes para plantio.

A próxima safra de álcool deve crescer em todas as regiões produtoras, com exceção do Norte e Nordeste, cuja produção deve cair em 6,5%. Para Porto, a redução da produção nessas regiões deve-se à migração da indústria para o Centro-Sul, que detém 86,8% da produção total de cana.

“As indústrias do Norte e do Nordeste estão indo mais para Minas Gerais e Goiás”, informou o diretor da Conab. “Aquelas regiões têm limitações, problemas logísticos. Além do mais, as empresas querem estar mais próximas do mercado consumidor”, disse. Na região Centro-Sul a produção de álcool deve crescer 5,5%, para 16,192 bilhões de litros.

O levantamento foi realizado na primeira quinzena de maio, com 548 entrevistados, representantes de 430 entidades.

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