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Cana avança em áreas menos tradicionais

A produção de cana-de-açúcar deve ter um aumento de 4,7% na região de Ribeirão Preto em relação à safra passada, segundo o último levantamento do IEA (Instituto de Economia Agrícola), ligado ao governo do Estado.

Araraquara, com crescimento previsto de 10,2%, Barretos (8,8%) e Franca (7,8%) devem ter, nesta safra, alta acima da média regional no plantio de cana, enquanto áreas mais tradicionais, como Ribeirão (com previsão de crescimento de apenas 1%) e Orlândia (1,2%), mostram uma tendência de menor expansão.

No total, a região deve produzir 148 milhões de toneladas de cana, contra 141 milhões de toneladas da safra passada.

A área dedicada! à cultura estimada pelo IEA para o plantio do produto deve alcançar 1.728.995 hectares, aumento de 3% em relação aos 1.672.906 plantados na safra anterior. As áreas de maior expansão da cultura devem ser Araraquara (12%) e Franca (11%).

A explicação para esse movimento, segundo especialistas ouvidos pela Folha, é a menor possibilidade de expansão da cana-de-açúcar em áreas onde há menos terras disponíveis -e, por consequência, estão mais caras- e seu avanço sobre outras culturas.

Na região de Araraquara, são os laranjais que estão dando lugar à cana, segundo o diretor-técnico do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) local, Eraldo Antônio Núncio.

A crise no preço da laranja nas últimas safras, somada ao avanço de pragas como o greening, favoreceram esse avanço, diz Núncio.

Já na região de Franca, o aumento da produção de cana é atribuído pelo diretor-técnico do EDR local, Pedro César Barbosa Avelar, à entrada da planta nas áreas onde eram plantados soja e milho, principalmente na cidade de São José da Bela Vista. A ampliação da usina Cevasa, em Patrocínio Paulista, também incentivou mais produtores a partirem para o plantio da cana, afirma Avelar.

Para o pesquisador do IEA Sérgio Torquato, áreas mais tradicionais como Ribeirão e Orlândia apresentam menor produtividade porque já têm canaviais formados há mais tempo. Segundo Torquato, a tendência é que esses canaviais mais antigos produzam menos cana se não forem renovados.

Torquato aponta, contudo, que os números para esta safra em todas as regiões devem mostrar uma desaceleração do ritmo de crescimento do setor canavieiro, decorrente da crise econômica mundial.

Outros impactos decorrentes da crise, segundo Torquato, serão sentidos na próxima safra, já que muitos investimentos nos canaviais, como a renovação da cultura, deixaram de ser feitos neste ano.

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