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Calor no país eleva preços no mercado externo

Sob influência das condições climáticas no Brasil, as commodities agrícolas encerraram fevereiro em alta nas Bolsas internacionais.

O café foi, disparado, o produto com a maior valorização: 43,6% no mês em Nova York. O calor e a seca verificada desde dezembro nas principais regiões produtoras do Brasil provocaram uma disparada nas cotações.

O açúcar também foi afetado pela preocupação de queda nos volumes devido às condições adversas no país para o desenvolvimento da cana, que começa a ser colhida entre março e abril. O valor do primeiro contrato avançou 5,9% em fevereiro.

O temor de quebra de safra no principal exportador das duas commodities conseguiu reverter o cenário de baixa para os preços internacionais verificados até então.

Nos próximos meses, no entanto, a tendência para os dois produtos é distinta, na avaliação do analista Marcel Caparoz, da RC Consultores.

Enquanto os investidores continuam apostando na alta do café, “comprados” em contratos futuros, no jargão do mercado, no caso do açúcar os fundos já voltaram à posição “vendida”, indicando que eles esperam preços menores daqui para a frente.

Como os investidores também influenciam –e muito– os preços, a posição líquida desses agentes nesse mercado pode indicar tendências para as cotações.

No caso da soja, a aposta continua sendo de alta –os investidores, aliás, defendem essa posição desde 2010. Segundo Caparoz, as perspectivas de aumento do consumo, puxado pelos emergentes, sustentam essa posição.

Nas últimas semanas, porém, um fator pontual também influencia os preços: os efeitos do clima sobre a safra brasileira, em plena colheita.

Com a seca no centro-sul prejudicando as lavouras e as chuvas em Mato Grosso, que atrapalham o trabalho da colheita, as consultorias começam a revisar suas projeções para a produção nacional.

Ontem, a Safras & Mercado reduziu em 6% a sua estimativa para a safra, que passou a 86 milhões de toneladas. Houve corte na maioria dos Estados, com destaque para Mato Grosso e Paraná.

Influenciado pela notícia, o primeiro contrato de soja subiu 1,49% ontem na Bolsa de Chicago, levando a variação mensal do produto a 10%.

Trégua As chuvas deram trégua em Mato Grosso nesta semana e possibilitaram o avanço da colheita de soja. Segundo o Imea, 58,5% da área já foi colhida no Estado, avanço de 11 pontos percentuais ante a semana anterior.

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