Calor afeta Europa e aquece mercado internacional
A forte onda de calor na Europa já deixou suas marcas. Um dos verões mais quentes do continente, as principais vítimas, sobretudo os idosos, foram alvo fácil do brusco aquecimento na região. O sinal de alerta vermelho também está aceso na agricultura, atingida em cheio pela seca. Vários países do bloco europeu decretaram estado de calamidade. O mais prejudicado foi Portugal, o fortemente atingido pelos incêndios nas florestas.
O balanço parcial é pouco alentador para parte dos agricultores do bloco. As lavouras de beterraba, que sofreram o impacto das fortes chuvas durante o período de plantio, marcado pelo inverno rigoroso, também são desfavorecidas pelo longo período de estiagem, o que já comprometeu a produtividade da matéria-prima.
Principais exportadores mundiais de açúcar refinado, os países europeus podem abrir um espaço considerável para o Brasil e outros exportadores internacionais. Quando iniciarem a colheita, a partir de outubro, início da safra 2003/4, parte da produção estará perdida. Mesmo sem um balanço oficial, os maiores produtores europeus de beterraba, como França, Alemanha, Itália e Inglaterra, registram queda na produtividade da matéria-prima, de acordo com as agências internacionais.
No mercado internacional, o impacto do clima europeu já tem seus reflexos. Entre julho e agosto, os prêmios para o açúcar branco subiram, atingindo até US$ 74 por tonelada. Logo depois, recuaram um pouco, mantendo o patamar de US$ 65 por tonelada, de acordo com analistas do mercado. Mesmo com a oscilação, os prêmios ficaram acima da média. Tradicionalmente, gira em torno de US$ 50 por tonelada.
A expectativa é de que a produção européia de açúcar fique em 17,45 milhões de toneladas em 2003/04, ante 18,31 milhões de toneladas na safra anterior, de acordo com as consultorias independentes da Europa.
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