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Cai preço do álcool na entressafra

Depois de três entressafras marcadas pela escassez de oferta de álcool, o setor sucroalcooleiro enfrenta no início de 2004 uma situação adversa. Com bons estoques, os preços do combustível seguem pressionados no mercado, marcado também pela demanda pouco estimulante. “Não deixa de ser uma situação nova para o setor, uma vez que os preços estão bem abaixo dos valores praticados há um ano”, afirma Júlio Maria Martins Borges, da Job Economia e Planejamento.

Segundo Martins Borges, o ritmo das negociações tem sido lento nas primeiras semanas do ano, o que implica preços baixos. “Os empresários passam por um ajuste de expectativa e estão definindo suas estratégias para trabalhar nesta entressafra”, afirma.

O álcool anidro – usado na mistura com a gasolina – foi negociado na semana passada pelas usinas paulistas a R$ 0,67 o litro. Na comparação com o mesmo período de 2003, os preços do anidro registram recuo de quase 30%. As cotações do hidratado, negociados atualmente a R$ 0,60 o litro, apresentam uma queda de 27% em relação ao mesmo período do ano passado.

O comportamento dos preços para as próximas semanas dependerá da demanda. O consumo de álcool no Centro-Sul tem ficado em 950 milhões de litros mensais nos últimos meses.

A expectativa é de que os preços do álcool fiquem bem abaixo dos patamares praticados na entressafra de 2003. À época, os usineiros tiveram de firmar compromisso com o governo para garantir o abastecimento ao longo do ano. Com uma produção 14% maior nesta safra, de 14,4 bilhões de litros, os preços voltaram a cair, uma vez que não há risco de desabastecimento.

Com as cotações do açúcar também em baixa, os empresários do setor apostam na ampliação do mercado interno e externo do álcool. No mercado interno, a expectativa é de que o consumo de carros a álcool e os chamados bicombustíveis aumente. Em Piracicaba (SP), foi inaugurado na sexta-feira, o pólo biocombustível da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), que investirá em biodiesel, com ênfase no álcool obtido por meio da cana-de-açúcar.

No mercado externo, a aposta dos empresários brasileiros é nos países que estão interessados em promover a mistura do álcool na gasolina, como, por exemplo, o Japão.

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