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Cai o ritmo de crescimento das exportações

Mais por menos. Assim tem sido o desempenho das exportações do agronegócio. No primeiro semestre, as vendas externas somaram cerca de US$ 20 bilhões, acréscimo de 10% sobre o resultado obtido no mesmo período de 2004. No ano passado, as exportações do agronegócio cresceram 27,5%, somando US$ 39 bilhões. A tendência, segundo analistas de mercado, é que o aumento se mantenha no patamar atual.

“Está havendo uma desaceleração”, diz Eliezer Lopes, coordenador de Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária. O governo ainda não tem o resultado do desempenho das exportações do semestre. Mas ele acredita que a receita de junho seja semelhante a do ano anterior: US$ 4,4 bilhões.

“Os números são bons, mas o resultado é maior por quantidade do que por remuneração”, diz Gilman Rodrigues, presidente da Comissão de Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Por isso, ele também acredita que a velocidade do crescimento do setor vai diminuir. Opinião semelhante tem Carlos Cogo, analista da Cogo Consultoria Agroeconômica. Segundo ele, na conversão, a renda do setor cai, apesar de o saldo comercial ser maior. “Se o Brasil quiser manter a renda e as exportações do agronegócio, é preciso investir mais na próxima safra”, avalia. Ele considera insuficiente os recursos anunciados para o Plano Agrícola e Pecuário 2005/06, de R$ 44,3 bilhões. Apesar do aumento de 18% no valor ofertado com juros controlados, Cogo diz que é pouco para o que o setor precisa, diante de um ano em que houve perda de renda.

Nos primeiros cinco meses do ano passado, segundo dados da CNA – os números de junho não estão consolidados – o agronegócio foi responsável por 41,5% do total das exportações brasileiras. Entre janeiro e maio de 2005, o setor reduziu sua participação no total das exportações brasileiras para 36,8%.

O principal produto da pauta de exportações do agronegócio brasileiro, a soja, viveu um semestre de preços baixos internacionais e, por conta disso, o volume embarcado precisou ser maior para compensar as perdas – aliado ao câmbio. Apesar disso, a receita foi 10% inferior à do ano passado.

Enquanto grande parte dos grãos sofreu com preços ruins no primeiro semestre, o período foi bom para as vendas externas de açúcar, café e laranja. Outro segmento que registrou um desempenho extraordinário desde janeiro é o complexo carnes. Impulsionado por problemas sanitários em seus concorrentes e com o aumento do preço em dólar, o setor registrou crescimento de mais de 30% na receita com vendas externas.

Glauco Carvalho, economista da MB Associados, diz que apesar de o câmbio ser favorável à importação, não haverá redução significativa no saldo da balança comercial. Ele acredita em um saldo próximo ao do ano passado, de US$ 40,5 bilhões. Para o economista, a tendência é de compras maiores para o milho e trigo (para garantia de abastecimento) e para o leite.

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