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Bush pressiona Iraque e ameaça invadir o país em poucas semanas

O presidente dos EUA, George W. Bush, disse ontem, por meio do porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, que se o Iraque não se desarmar os EUA podem invadir o país em poucas semanas. “O presidente Bush está comprometido em uma atividade diplomática muito ativa, com o objetivo de concluir esse confronto (desarmamento) pacificamente, mas este processo se prolongará durante semanas, não meses”. A mesma informação foi divulgada hoje em matéria do jornal “The New York Times”.

Ontem, o governo da Rússia, por meio de um alto funcionário do Estado-Maior, que não teve o nome divulgado, já havia feito o mesmo anúncio, afirmando que os EUA pretendem atacar o Iraque nos últimos dez dias de fevereiro. “A administração norte-americana tomará a decisão de atacar o Iraque quando tiver reunido as forças de ataque necessárias, em torno de 150 mil homens, o que requer ainda três semanas.”

Uma carta de apoio de oito países europeus deu novo ânimo à luta do presidente Bush para derrubar o presidente Saddam Hussein. Na quarta-feira (29), o líderes José Maria Aznar (Espanha), José Manuel Durão Barros (Portugal), Silvio Berlusconi (Itália), Tony Blair (Reino Unido), Václav Havel (República Tcheca), Peter Medgyessy (Hungria), Leszek Miller (Polônia) e Anders Fogh Rasmussen (Dinamarca) assinaram uma carta apoiando uma ação militar dos EUA contra o Iraque. Alemanha, França e Rússia se mantêm contrárias a esse tipo de intervenção.

Além desse apoio, que não representa uma força muito grande em termos práticos: apenas oito dos 25 países da Europa assinaram a carta e três deles são Estados que ainda não pertencem à União Européia (República Tcheca, Hungria e Polônia), o governo dos EUA disse ontem que outros nove países teriam se comprometido a enviar soldados e cooperar com a aplicação logística em uma ação militar dos EUA contra o Iraque.

Falando ontem ao Comitê de Relações Exteriores do Senado, o vice-secretário de Estado dos EUA, Richard L. Armitage, recusou-se a identificar os países, mas disse que “caso uma atividade militar seja necessária, ocorrerá muito mais” do que ficará publicamente aparente.

Paralelo a tanta ameaça por parte dos EUA, o presidente Bush pediu ao secretário de Estado Colin Powell que liberasse US$ 15 milhões de um fundo especial para o preparo de qualquer “emergência humanitária no Oriente Médio” que possa resultar de uma ação militar na região.

“Caso haja uma ação militar, logo após a entrada de nossas tropas, irão alimentos, medicamentos e suprimentos para o povo iraquiano”, disse Bush. Essa ação nada mais é do que o mesmo tipo de estratégia que o governo dos EUA utilizou na guerra contra o terrorismo que travou no Afeganistão, quando quedas de bombas no país eram intercaladas com sacos de farinha para alimentar as vítimas dos ataques.

“Nós iremos, é claro, vencer militarmente se precisarmos. Mas nós queremos nos certificar que também conquistaremos a paz”, disse Bush.

Apesar das ameaças que apontam para a proximidade de um ataque dos EUA contra o Iraque, o porta-voz da Casa Branca costuma dizer em seus pronunciamentos que o presidente Bush ainda não tomou nenhuma decisão sobre uma data para invadir o país, embora frequentemente o governo norte-americano mande avisos a Saddam Hussein de que o tempo “está se esgotando”.

(www.folha.com.br)

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