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Bush diz que EUA precisam se livrar de “vício em petróleo”

Washington, O presidente norte-americano, George W. Bush, disse ontem que os “Estados Unidos são viciados em petróleo” do Oriente Médio e que precisam acabar com essa dependência.

A declaração foi feita no discurso deste ano do Estado da União, feito no congresso, no qual prometeu uma atuação agressiva do país em todo o mundo, apesar das críticas que vem recebendo. Bush usou o discurso de 52 minutos, interrompido ao menos 60 vezes por aplausos, também para apresentar uma agenda de proteção ao meio ambiente. O presidente defendeu uma melhoria das tecnologias a fim de reduzir as importações de petróleo do Oriente Médio em 75% até 2025.

Com vistas a restabelecer a confiança em seu governo, Bush fez o pronunciamento, algumas vezes otimista outras vezes combativo, diante do Congresso e do resto da elite governamental de Washington, apresentando a agenda dos republicanos para este ano eleitoral.

E, após prometer esforços para melhorar o tom do debate na capital norte-americana, o dirigente voltou a abordar os temas da segurança nacional que podem ser cruciais para um eventual sucesso do partido dele no pleito de novembro.

Bush defendeu o programa de espionagem doméstica que deixou os democratas (oposição) indignados e rebateu as críticas da oposição a respeito das políticas do país para o Iraque.

Com três anos ainda de mandato, o presidente espera melhorar seus índices de popularidade e os de seus aliados republicanos no ano em que os norte-americanos renovam seu Congresso. Bush atravessa um dos momentos mais difíceis de seu governo, com uma taxa de aprovação que gira entre 30 e 40 por cento.

A elevação dos preços da gasolina é uma causa importante da insatisfação da opinião pública com o governo. “A América é viciada em petróleo, que é geralmente importado de regiões instáveis do mundo”, afirmou o presidente. “A melhor forma de romper esse vício é por meio da tecnologia.”

Dependência

Bush fixou a meta de, dentro de seis anos, transformar o etanol em um combustível viável e competitivo. O presidente também prometeu custear pesquisas sobre a fabricação do etanol a partir não apenas do milho, como é usual nos EUA, mas também de lascas de madeira ou de gramíneas.

A meta, afirmou o presidente, é “superar a economia baseada no petróleo e transformar em algo do passado a nossa dependência do petróleo vindo do Oriente Médio”.

Adversários de Bush não acreditam que ele patrocine o tipo de esforço necessário nos setores de conservação ambiental e desenvolvimento de combustíveis alternativos. As iniciativas anteriores dele tiveram pouco impacto.

“O presidente disse hoje que os norte-americanos eram viciados no petróleo. Mas o governo dele é viciado nas empresas petrolíferas e não vai conseguir uma independência nessa área até que o governo mesmo rompa com esse vício”, afirmou o senador democrata Charles Schumer.

Bush prometeu ainda que os EUA continuariam participando agressivamente das questões mundiais e que rejeitariam a tentação do protecionismo e do isolacionismo.

O presidente disse que nunca desistirá da luta contra o Islã radical e que os inimigos e amigos dos EUA deveriam ter certeza de que o país “não se retirará do mundo e nunca se renderá ao mal”.

Os comentários parecem tentar rebater as críticas de democratas e de outros, segundo os quais as políticas norte-americanas para o Iraque e para a “guerra contra o terrorismo” estão sendo mais prejudiciais que benéficas.

A respeito do Iraque, Bush apresentou argumentos contra os democratas que pedem a fixação de uma agenda para a retirada gradativa das forças norte-americanas estacionadas no país. Segundo o presidente, “uma retirada repentina entregaria nossos aliados iraquianos à morte e à prisão”.

Em meio a comentários sobre vários pontos de conflito no mundo, o presidente afirmou que o “mundo não pode permitir” que o Irã obtenha uma arma nuclear. A comunidade internacional tenta impedir o país islâmico de levar adiante seu programa de enriquecimento de urânio.

Ele disse ainda que o Irã é “mantido refém” por clérigos muçulmanos e que os EUA esperam um dia ser amigos de um Irã livre e democrático.

Sobre os territórios palestinos, Bush apresentou as condições para negociar com o Hamas, um grupo militante que conquistou uma vitória surpreendente nas eleições parlamentares da semana passada.

“O povo palestino votou em suas eleições. Agora, os líderes do Hamas precisam reconhecer Israel, desarmar o grupo, rejeitar o terrorismo e trabalhar para a implantação de uma paz duradoura”, afirmou Bush. (Agência Reuters)

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