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Busca pela produção de etanol

Uma tecnologia criada em Caruaru pode ser responsável pela primeira produção de álcool de segunda geração economicamente viável do mundo. A Bioenzima, uma das poucas indústrias nacionais cujo trabalho é direcionado à produção de álcool através da quebra de enzimas, está na disputa mundial pelo método que deverá impulsionar o setor energético, algo perseguido por diversos centros tecnológicos do planeta. O empreendimento já possui mecanismo patenteado, que atraiu investidores colombianos e poderá ser aplicado, de forma precursora, numa grande usina.

Há três anos, a Bioenzima mantém contato com os colombianos, interessados em utilizar sua tecnologia. A parceria acabou chamando atenção de um grupo de americanos, que irá implant ar, na região do Vale do Colca, na Colômbia, uma usina de produção de álcool a partir do bagaço de cana-de-açúcar.

“O local gera mil toneladas de bagaço por dia, o suficiente para produzir 320 mil litros de etanol diariamente. Estamos negociando com os donos da usina, que, através de concessão, pretendem usar nossa tecnologia para a produção de álcool de segunda geração. Caso isso ocorra, seremos precursores no mundo, por se tratar do primeiro processo viável do ponto de vista econômico”, explicou o engenheiro Carlos Fernandes das Chagas, presidente da Bioenzima.

Através de processos biotecnológicos, a empresa de Caruaru produz enzimas, obtidas por meio de micro-organismos – como fungos e bactérias – geneticamente modificados. As enzimas aceleram reações químicas. O material é usado em vários segmentos, entre eles, na degradação de biomassas (bagaço de cana, folhas e tronco de bananeira, sabugo do milho e palma) para a produção de etanol de segunda geração. Neste caso, o processo é realizado através da hidrólise da biomassa (que é a liberação de açúcares contidos nesse material) que, quando fermentados, produzem etanol.

Convidado para participar por quatro vezes de eventos na Colômbia, Carlos Chagas lembra que hoje a indústria brasileira depende de enzimas produzidas no exterior. “Para mudar esse quadro, nós temos algo inovador no mercado, que diminui os custos da produção. Nossos equipamentos são exclusivos e os nossos micro-organismos foram desenvolvidos de forma bem específica, totalmente nacionalizada”, conta Carlos, que também é especialista em estatística aplicada à biotecnologia.

Atualmente, a empresa já produz enzimas usadas na indústria têxtil (para envelhecimento do jeans) e panificação (para melhoria da massa). Deve começar nos próximos meses a produção de novas enzimas para a panificação e a indústria de suco e ração animal. Está ainda em processo de desenvolvimento, junto com órgãos de pesquisas do País, de novos micro-organismos as áreas farmacêuticas, de bebidas, detergentes, e indústria de couro.

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