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A busca da Liderança Perfeita

E o ano de 2015 chegou: voltemos a falar do que precisamos falar….Para começar bem o ano, retorno com algumas reflexões sobre o assunto de que mais gosto de falar e discutir: os aspectos de liderança em nossas organizações.

Lendo uma revista que assino, gostei de uma pequena matéria que citava uma pesquisa feita com colaboradores brasileiros sobre características que eles mais valorizavam num líder. Em resumo: foram apontadas competências como honestidade, senso de justiça, disposição para escutar, atenção e acessibilidade. Coisas simples e diferentes daqueles róis que temos visto, exigindo da atuação de profissionais de liderança uma lista de competências quase impossíveis de serem aplicadas da forma que são cobradas.

Também alguns itens mais criticados foram: autoritarismo (1º lugar), descaso com as pessoas e equipes, e arrogância. Da mesma forma, acho que são aspectos negativos simples e que podem ser facilmente transmutados, caso os profissionais estejam dispostos a mudar e as empresas a cobrar essa mudança deles.

Mas vou me ater aos pontos que foram realçados como positivos ou esperados pelas pessoas que são lideradas por outras e sua simplicidade. Tenho sempre falado que o exercício da liderança não é algo complexo, quando se tem o propósito de se fazer bem feito. E bem feito para mim não é a perfeição. A complexidade está no cenário atual e nos novos formatos das relações de trabalho, de subordinação e de entrega ao trabalho como realização profissional e pessoal.

Quando olhamos para as questões de honestidade, senso de justiça, atenção e paciência para ouvir, proximidade e acessibilidade, nos deparamos com questões simples e inerentes à própria relação humana e suas interações. Nada foi citado de modo transcendental, nos remetendo à ideia de que a liderança requer genialidade e perfil acima da média.  Não, estamos falando de valores humanos e da boa educação. Estamos falando de tratamento digno e consideração com o próximo. Vejam bem: as pessoas estão pedindo apenas que a relação traduza esses elementos no dia a dia, para que elas possam se sentir respeitadas, cuidadas, acompanhadas, ouvidas, percebidas e integradas nos propósitos.

E se as pesquisas atuais apontam que as pessoas estão querendo enxergar isso nos seus líderes, é porque estes não estão exercendo nem esse mínimo: honestidade (deveria estar intrínseco a qualquer homem ou mulher que decidisse exercer um papel profissional sério e ético ou, antes disso, de um cidadão); senso de justiça (é o que mais as pessoas buscam enxergar, mesmo que elas sejam o “não” da história, ou que elas não consigam sempre as respostas que querem); atenção e escuta (ops! Como eu conduzo alguém sem orientar, direcionar, ouvir, discutir, dar atenção e formar?); acessibilidade (como me comprometo a ter equipes e pessoas se não sou acessível a elas, se pouco estou perto, ou se pouco dialogo para entender as dificuldades, necessidades e expectativas?).

E o melhor da conclusão do texto que li, e a usarei como inspiração para fazer a minha aqui nesse artigo, é de que enquanto vamos procurando competências mais sofisticadas para mensurar e reconhecer bons profissionais no papel de liderança e esperar que todos possam ter e/ou desenvolver aspectos diferenciados como ser inovador, inspirador, influenciador, capitão da alta performance, conquistador de sucessos continuados, entre outros muitos tratados em várias esferas, precisamos, antes disso, que os líderes revejam suas posturas e atitudes mais básicas, para dar conta dos resultados que precisam apresentar nas organizações.

As exigências de mercado são grandes, mas o exercício da liderança nas empresas não chegou ainda nem no estágio básico. São as pessoas que estão dizendo, não eu.

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