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Bunge confirma que quer comprar usina de açúcar e álcool no país

A multinacional Bunge, uma das maiores processadoras de soja do mundo, confirmou ontem seu interesse em comprar uma usina de açúcar e álcool no Brasil.

“Começamos a estudar nossa entrada em açúcar e álcool no país há um ano e meio. Mas só há poucos meses recebemos autorização do nosso board para isso”, disse Federico Kladt, gerente de Novos Processos e Biocombustíveis, Tecnologia e Inovação da Bunge.

Kladt negou que, no momento, existam negociações em curso com grupos sucroalcooleiros locais e também não divulgou quanto a Bunge estaria disposta a gastar na aquisição de uma usina. Segundo Kladt, a companhia está disposta a fazer parcerias com grupos instalados no país.

“Quando começamos a prospectar o negócio, os investimentos para uma usina com capacidade para processar 2 milhões de toneladas [de cana] estavam em torno de US$ 30 por tonelada. Hoje estão em torno de US$ 80”, disse Kladt. O executivo participou ontem da 4ª edição da Feicana (Feira de Negócios do Setor de Energia), em Araçatuba (SP).

No início de fevereiro, a Bunge anunciou sua entrada no mercado de açúcar, como trading. Segundo Kladt, a múlti está criando uma estrutura mundial para comercializar açúcar. “A intenção da companhia é fazer a originação de açúcar no Brasil para exportar”. A companhia já está contratando executivos para montar essa estrutura internacional.

Com a estrutura montada recentemente, a Bunge, por meio de sua trading, já está negociando entre 100 mil e 200 mil toneladas de açúcar. A intenção é elevar o volume. Nesta primeira fase da estratégia, a empresa está recebendo açúcar de produtores interessados em fertilizantes – mercado em que o grupo americano é líder no país. Kladt afirmou que a multinacional está adaptando seu terminal no porto de Paranaguá (PR) para sustentar os embarques de açúcar.

Os planos para biodiesel no Brasil, em contrapartida, estão congelados. A companhia havia anunciado interesse em investir em uma planta, mas adiou o projeto por conta da falta de uma política tributária que também beneficie as agroindústrias.

Segundo Kladt, a companhia recebeu um direcionamento da matriz do grupo, em Nova York, para não investir em mercados onde há incentivos governamentais apenas para um elo da cadeia. Kladt refere-se aos incentivos fiscais que o governo brasileiro está concedendo aos agricultores familiares e que não são estendidos para eventuais grandes produtores.

Os investimentos da Bunge em uma planta de biodiesel no Brasil seriam de até US$ 20 milhões. Na Europa, a Bunge investe em biodiesel a partir da canola há pelo menos 15 anos, disse Kladt. A produção anual da companhia no bloco alcança 1,5 bilhão de litros.

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