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Bunge busca crescer no comércio global de biocombustíveis

Uma das maiores produtoras de etanol do mundo, com 1,350 bilhão de litros, distribuídos entre Brasil e Estados Unidos, a multinacional Bunge pretende avançar em sua posição de trader global de biocombustíveis no momento em que o produto caminha para se tornar uma commodity.

Ben Pearcy, diretor global de açúcar e bioenergia da companhia, avalia que o fim da tarifa de importação do etanol nos EUA trará avanços importantes para o comércio mundial do produto. A empresa tem metas ambiciosas para a comercialização do biocombustível no mundo e espera encontrar no mercado asiático um forte aliado. “O que falta ao etanol é um mercado sem barreiras, assim como já ocorre com outras commodities com as quais já operamos, como açúcar e soja”, diz.

No ano passado, a Bunge começou a operar com compra e venda de etanol no mercado mundial. Os volumes ainda foram pequenos, perto de 50 milhões de litros. Mas a expectativa é de que cresçam ano a ano. Em 2011, já podem subir para 200 milhões de litros. Para o ano que vem, há perspectivas de alcançar 500 milhões de litros, afirma Marcelo de Morais, diretor de bioenergia da empresa.

Um dos principais mercados da Bunge hoje são as Filipinas, além de Estados Unidos e Europa. “O país asiático vem surpreendendo por seu avanço em políticas de uso de biocombustíveis”, diz Moraes sobre o aumento neste ano da mistura de etanol na gasolina, de 5% para 20%, no país asiático.

Em outros países da Ásia essas políticas ainda estão sendo discutidas. No entanto, a expectativa é de que qualquer movimento signifique um grande mercado nessa região. Além dos países onde produz, a Bunge obtém o etanol que exporta da Tailândia e do Vietnã, conforme o destino da carga.

Afora a exportação, a Bunge também opera nos mercados domésticos dos países onde processa etanol: no Brasil, onde tem oito usinas e produz 900 milhões de litros de etanol de cana por safra, e nos EUA, com duas usinas e 450 milhões de litros de etanol à base de milho.

“Acredito que a partir de 2012 vamos conseguir exportar mais etanol para o mercado americano a partir do Brasil”, diz Pearcy, que esteve no país durante a inauguração da usina Pedro Afonso, da Bunge, em Tocantins.

Para ele, ao menos no curto prazo, o fim da tarifa americana de importação de etanol, em aprovação, não deve ter efeitos significativos aos produtores americanos. A estratégia da múlti, diz Pearcy, é ocupar com o etanol de cana do Brasil um lugar no mercado dos EUA. Um trunfo do produto brasileiro é estar na categoria avançado, conforme os critérios da Agência de Proteção Ambiental (EPA). O etanol de cana se encaixa nessa definição por emitir 50% menos gases de efeito estufa que a gasolina.

O mercado da Califórnia é o principal alvo, segundo Pearcy. “Lá a legislação estadual para redução de emissões de gases de efeito estufa é a mais avançada”, afirma. A companhia vem se preparando para este momento. Das oito unidades no Brasil, cinco já têm certificação para embarcar aos EUA.

A largada da Bunge em etanol ocorreu em 2004 nos Estados Unidos. Em 2007, a empresa entrou no segmento no Brasil e, atualmente, tem no país capacidade industrial para processar 21 milhões de toneladas. “Temos posição nos Estados Unidos, mas o crescimento ocorrerá no Brasil”, diz o executivo. O plano é em cinco anos crescer 50% organicamente. Até 2020, a meta é dobrar de tamanho. A Bunge tem também duas usinas de biodiesel de soja, uma na Argentina e outra nos EUA.

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