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Brumer cria winBRos e foca em projetos de energia renovável

Wilson Nélio Brumer e Romeu Scarioli se juntam. Daí nasce a parceria winBRos, sediada na capital mineira. Criada há apenas dois meses, a empresa que qualificam de “inteligência estratégica” no segmento de energia renovável já está estruturando dez projetos em diferentes partes do país. Em comum, Brumer e Scarioli têm o fato de estarem ambos deixando o governo de Minas, depois de quatro anos como membros do governo Aécio Neves. O primeiro foi secretário estadual de desenvolvimento econômico, um dos principais assessores do governador tucano. O outro foi presidente do banco estatal de fomento, o BDMG.

Nos últimos quatro anos, tiveram uma visão estratégica tanto das boas oportunidades de negócios quanto da disponibilidades de capital mundo afora. “O que posso dizer é que nenhum dos nossos projetos deixará de ser feito por falta de dinheiro; já temos mais recursos garantidos do que imaginávamos que teríamos”, contou ontem Scarioli, que tem 50% das ações da empresa. “São centenas de milhões de dólares”, disse.

“Sempre fui um executivo à frente de várias empresas. Acho que estava na hora de empreender”, afirmou Brumer, que já presidiu a Vale do Rio Doce, Acesita, CST e BHP Billiton no Brasil. Scarioli já conta com experiência empresarial. “É um parceiro que adiciona à winBRos grande conhecimento e experiência em Minas”, diz o sócio.

Scarioli diz que, por questão de confidencialidade dos clientes, não pode revelar mais detalhes sobre os projetos. As áreas de negócios alvo da winBRos são energia gerada por PCHs e cogeração, etanol, biosiesel e reflorestamento. “O foco é a energia renovável”, completa Brumer, acrescentando que o conceito é buscar recursos com projeto já acoplado, inclusive com o modelo de gestão. “Não falta capital ao Brasil, faltam projetos”.

Segundo Scarioli, a empresa não fará parte do chamado “efeito manada”. Por exemplo: negócio de álcool no Triângulo Mineiro, que virou uma febre, está fora de cogitação. A winBRos pretende estruturar projetos para investidores, como fundos de private equity, por encomenda, e também atuar na mão contrária, buscar investidores para projetos estruturados por ele.

O negócio de biodiesel, avaliam, ainda tem característica regional (com dificuldades de logística) e desafios tecnológicos a serem superados. Para reflorestamento, vêem espaço junto às atividades de ferro-gusa e celulose.

Como ex-secretário estadual, Brumer defendeu que o Estado não precisa necessariamente investir, mas atrair e facilitar investimentos do setor privado. No governo, fica apenas como coordenador do grupo estratégico de fomento, o GEF, de forma voluntária. Outra parte do tempo, quer dedicar como conselheiro de no máximo quatro empresas de capital ou relacionamento internacional: está na Light, Localiza e Usiminas. Nesta última, acertou com Votorantim e Camargo Corrêa dedicar 25% do seu tempo de trabalho.

Scarioli é presidente do conselho de administração da Soldering, fabricante de bens de capital para a mineração. Dono da idéia do nome da empresa, o mineiro anda rindo à toa. Diz que até o nome está carregado das afinidades entre os sócios, ambos mineiros.

A idéia, dizem os empresários, é oferecer pacotes de projetos aos investidores. Em etanol, apontam o conceito de “clusters”, reunindo quatro a cinco usinas de pequeno porte. Em PCHs, o conceito é parecido: formar um conjunto de hidrelétricas com arranjos societários e parcerias diferentes, constituindo um negócio de geração de energia de porte atrativo. Além disso, a winBRos prevê atuar em processos de fusão e consolidação de empresas nesses setores.

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