Broca gigante causa redução acima de 10% na safra de cana
As usinas e fornecedores de cana-de-açúcar de Alagoas estão apreensivos com o aumento da infestação da broca gigante (Castnia licus Drury LEP. Castniidae) no Estado. A praga está preocupando tanto os diretores da Asplana (Associação dos Fornecedores de Cana) quanto do Sindaçúcar (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool). Os técnicos atribuem a ela uma redução na safra 2002/03 superior a 10% em algumas regiões.
A broca gigante é um inseto mastigador que vive no interior da cana e sobrevive de uma safra à outra, causando danos significativos à plantação, afetando a produção agrícola e industrial e gerando danos e prejuízos econômicos.
A infestação é perceptível no processo de pós-corte, quando os furos se tornam bem visíveis.
Fatores como a prática da irrigação por aspersão, gotejamento ou pivô central, além das condições climáticas em Alagoas e no Nordeste são apropriados para a vida da broca gigante. E é durante o plantio de verão (setembro até meados de janeiro) que ela encontra as melhores condições para se desenvolver, devido à umidade do solo, que é conseguida através da irrigação e as condições de temperatura e luminosidade elevadas.
A praga é antiga em Alagoas, mas nos últimos três anos voltou a atacar de forma mais intensa. As áreas mais atingidas são a sul e a centro-sul.
De acordo com o diretor técnico da associação Asplana, Antonio Rosário, outro aspecto que favoreceu a proliferação da broca gigante foi a paralisação quase absoluta das atividades de controle mecânico, através da catação das larvas, crisálidas e adultos da Castnia licus Drury LEP. Castniidae. Essa prática foi utilizada durante o período de 1978 a 1984, em quase todas as usinas de Alagoas, através do Planalsucar. No período de 1978/1984 com o método foram eliminadas das áreas de cana de Alagoas 35.856.759 formas biológicas da broca gigante. (Gazeta de Alagoas)
