Usinas

Brenco, da Odebrecht, reduz prejuízo na safra 15/16

Brenco, da Odebrecht, reduz prejuízo na safra 15/16

preA Brenco – Companhia Brasileira de Energia Renovável, controlada pela Odebrecht Agroindustrial Participações S. A. (ODB Par), reduziu o montante do prejuízo na safra de cana-de-açúcar 2015/16, na comparação com a temporada 14/15.

Na 15/16, a Brenco registrou prejuízo de R$ 775,063 milhões, montante 2,3% inferior aos R$ 793,458 milhões de prejuízo da temporada 14/15.

A Brenco foi constituída em 15 de fevereiro de 2006, com sede em São Paulo e unidades de produção na região Centro-Oeste. Tem por objeto social a produção, importação, exportação e comercialização de produtos de agricultura e de pecuária em geral, especialmente a cultura, industrialização e comercialização da canade-açúcar para produção de etanol e derivados. A Companhia é controlada integral da ODB Agroindustrial Participações S.A. (ODB Par).

Leia também: Prejuízo da Odebrecht sucroenergética passa de R$ 700 milhões

Quem está à frente da Brenco: 

Celso Luiz Tavares Ferreira (diretor presidente), Alexandre Perazzo de Almeida, Marcelo Mancini Stella, Kleber Silva Albuquerque e Sérgio Eduardo Fiorin.

Confira o posicionamento da Brenco: 

Segundo a diretoria da empresa, a ausência histórica de uma política governamental concreta para os preços dos combustíveis ocasionou impacto significativo nas margens dos produtos e, principalmente, no fluxo de caixa da Companhia.

Como consequência, há um desequilíbrio no capital circulante líquido da Companhia que, em 31 de março de 2016, apresenta excesso de passivos circulantes sobre ativos circulantes, no montante de R$ 1.610.124. No final da safra 15/16, sua controladora indireta, Odebrecht Agroindustrial S.A. (“ODB Agro”), e as demais empresas do Grupo ODB Agro (incluindo Brenco) iniciaram o processo de reestruturação de 95% da dívida consolidada, o que foi concluído em 30 de junho de 2016, com o objetivo de equalizar os prazos dos financiamentos com a capacidade de geração de caixa.

A reestruturação, segundo a diretoria, possibilita o equilíbrio no capital circulante líquido consolidado do Grupo, sendo importante ressaltar que a gestão do caixa é realizada de forma centralizada pelo Grupo ODB Agro.

Adicionalmente, dentre as ações implementadas pelo Grupo e situações que impactaram diretamente o setor destacam-se:

(i) redução do nível de investimentos, priorizando a seletividade do plantio com foco nas áreas de renovação, privilegiando ganhos de produtividade, já como resultado da evolução dos processos agrícolas, mudança do mix de plantio com participação prioritária de cana de 18 meses, utilização de novos implementos/equipamentos que possibilitam o aumento do rendimento médio das colhedoras e aceleração da curva de aprendizado;

(ii) desenvolvimento de programa de parceria com fornecedores com a finalidade de diminuir o volume de cana própria e, consequentemente, além de propiciar a sustentabilidade financeira dos fornecedores, reduzir o volume de investimentos na formação e manutenção da lavoura;

(iii) redução do volume de investimentos industriais, uma vez que as últimas usinas entraram em operação no final de 2011;

(iv) redução de custos agrícolas e otimização de rotas para corte, carregamento e transporte de cana;

(v) diluição dos custos fixos por meio de maior eficiência e aproveitamento dos times agrícolas, que possibilitou inclusive, o atingimento do recorde de moagem da Odebrecht Agroindustrial S.A. (“OAI”) em 8 usinas na safra 15/16;

(vi) aumento dos preços da gasolina, além do retorno da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). Em janeiro de 2015, o Governo anunciou a volta parcial da CIDE e o aumento do PIS e da Cofins sobre a Gasolina, com a aplicação de R$ 0,10 e R$ 0,12 por litro, respectivamente, o que trouxe um impacto importante para o preço do combustível e, por consequência, impacto nos preços de Etanol.

Adicionalmente, em setembro de 2015 o Governo anunciou aumento de 6% no preço da Gasolina nas refinarias. Esse aumento, somado ao comportamento do preço do petróleo internacional, impulsionou a curva de preços do etanol hidratado a partir do mês de setembro/15;

(vii) aumento da mistura do etanol anidro à gasolina de 25% para 27%, o que também fomenta as atividades no setor;

(viii) nas duas últimas safras, o Grupo monetizou créditos tributários de ICMS, PIS e Cofins no montante aproximado de R$ 260 milhões, sendo que destes, aproximadamente R$170 milhões correspondem à Companhia;

(ix) implantação, no 2º semestre de 2014, do programa estruturado de redução de custos, buscando principalmente, sinergia entre as diversas áreas e operações da organização;

(x) entrada de recursos, na controladora indireta da Companhia, ocorrida em novembro de 2014, por meio de emissão de debêntures privadas, no montante de R$ 2 bilhões, subscritas pela Odebrecht Energia Participações S.A. (“OEP”);

(xi) capitalização de R$ 1,7 bilhão, na controladora indireta da Companhia, sendo R$ 836 milhões em recursos financeiros, ocorrida no final da safra 14/15;

(xii) estruturação de operações, diretamente com clientes e fornecedores, reduzindo as necessidades de capital de giro do Grupo, no montante aproximado de R$ 1,3 bilhão nos últimos 21 meses;

(xiii) alongamento do prazo de pagamento da dívida alocada no curto e longo prazo, ocorrido durante a safra 14/15, com impacto direto no caixa. Todas as ações descritas acima impactaram, direta ou indiretamente, positivamente o fluxo de caixa, possibilitando um equilíbrio maior entre ativos e passivos circulantes.

Banner Revistas Mobile