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Brasileiros saem do País, em busca de combustível mais barato

A procura por combustíveis mais baratos não se limita ao território brasileiro. Nos últimos meses, o Paraguai e a Argentina têm sido muito visitados por motoristas brasileiros que moram na fronteira. Segundo cálculos da regional do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Sindicombustíveis), o Brasil deixa assim de arrecadar cerca de R$ 12 milhões por mês em impostos.

Todos os combustíveis são mais baratos no Paraguai e na Argentina, e a diferença é maior no caso do óleo diesel paraguaio. No País, o litro do diesel custa de R$ 1,40 a R$ 1,50; no país vizinho, R$ 1,07. Como a safra paraguaia vai até agosto, teme-se que a situação fique caótica se o preço dos combustíveis não baixar no País.

A diminuição no número de clientes já levou postos de 27 municípios da região a demitirem mais de 50 pessoas em junho. Neste mês, a previsão é de 200 demissões. “Tem posto com queda de 40% na venda de diesel”, diz o diretor do Sindicombustíveis, Valter Vanson.

Na gasolina, a diferença de preço não é tão grande e às vezes não compensa passar a fronteira. Em Foz do Iguaçu, o litro custa em média R$ 2,05; nos países vizinhos, R$ 1,90. Mas nem sempre foi assim. No início dos anos 90, eram os donos de postos do Paraguai que viam os motoristas atravessarem a Ponte da Amizade para abastecer em Foz, onde os preços estavam congelados.

“Ganhamos dinheiro prejudicando alguém lá fora”, diz Vanson. “Por isso, não podemos ficar bravos com o que eles estão ganhando.”

Vanson defende uma política diferenciada para as áreas fronteiriças, igualando as remunerações dos países. Ele lamenta não ter visto disposição do governo anterior para o problema. No atual, lembra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de “malandros” os empresários da revenda. “Há um só fornecedor, que é a Petrobrás, e cinco gigantes que mandam na distribuição e se fecham. Os postos ficam como saco de pancada.”

Vanson lamentou que a greve geral na Nigéria tenha impedido a redução dos preços, que poderia fazer frente à “migração” dos motoristas. “Poderíamos respirar um pouco.” Segundo ele, os revendedores também querem preços menores. “Aumenta o volume de vendas e dá maior rendimento.”

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