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“Brasil vai ganhar guerra na OMC”

“A abertura do mercado para produtos agrícolas de países como o Brasil vai ocorrer, a Europa queira ou não.” Com essa frase, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, respondeu às críticas do viceministro alemão da Economia, Bernd Pfaffenbach, à posição do Brasil nas negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), durante a abertura de uma conferência sobre investimentos em infra-estrutura no País, ontem, em Frankfurt.

Para Furlan, é inevitável que o “Brasil ganhe essa guerra”.

Mas, para o vice-ministro alemão, a posição brasileira impede um acordo e ameaça o objetivo de se encerrar as negociações até julho. “Temos a clara obrigação de encerrar as negociações até julho”, afirmou.

Em resposta, Furlan disse que a Câmara Brasileira de Comércio Exterior está disposta a fazer concessões em diversas áreas, como em produtos industriais e serviços, e é a União Européia que impede avanços na discussão.”Acho difícil de acreditar que um país como o Brasil, que representa apenas 1,1% do comércio mundial, seja o culpado pelo impasse na OMC”, disse Furlan. “Não quero ser o poeta do apocalipse, mas os mercados já estão acomodados e a Europa não vai conseguir impedir o crescimento dos produtos agrícolas de países como o Brasil em todo o mundo. Por isso, a Europa deve aproveitar para negociar o fim dos subsídios agora. É inevitável que o Brasil ganhe essa guerra”, acrescentou o ministro.

Segundo ele, a polarização das posições do Brasil e da União Européia na OMC não pode ser tratada de maneira simples, como se fosse uma partida de futebol. “Em uma negociação como essa, não pode haver perdedores e certamente não há como resolver nos pênaltis, de uma hora para outra”, disse.

O ministro afirmou ainda que o Brasil pode até “deixar” a Alemanha ganhar a Copa do Mundo caso a União Européia ceda na questão dos subsídios.

Furlan afirmou também que a agricultura continuará a ser prioridade nas negociações internacionais brasileiras por causa do seu grande potencial de criação de empregos. “Temos 23 milhões de pessoas trabalhando no agronegócio no Brasil, muito mais que na Europa e nos Estados Unidos”, ressaltou.

PROBLEMAS

Segundo o ministro, as vendas externas do Brasil são fortes em diversos setores e 55% das exportações são resultado da venda de produtos industrializados. Ele afirmou que os países em desenvolvimento que estão “na moda” (China e Índia) vão sofrer com abastecimento de energia, algo que o Brasil já afastou de seu horizonte. “Nossa energia elétrica é produzida por hidrelétricas e temos novos projetos em desenvolvimento. Vamos atingir a auto-suficiência em petróleo ainda em 2006 e há, ainda, o etanol (álcool), um combustível renovável”, observou”.

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