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Brasil teria cota para açúcar e carne em Doha

Em público, lamentando. Nos bastidores, satisfeitos. Ao que parece, é assim que têm se comportado os diplomatas brasileiros, após receberem indicações de que a conclusão da Rodada de Doha abrirá cotas para as exportações de açúcar e carne bovina. Ontem, a Organização Mundial do Comércio (OMC) se reuniu pela primeira vez desde que o rascunho de um acordo final foi apresentado, na semana passada. O Itamaraty deixou claro que está pronto para utilizar o texto como base e indicou preocupações em alguns aspectos do acordo, como a abertura de mercados e a redução de subsídios.

Mas nos bastidores recebeu indicações de que as novas cotas para a exportação do açúcar chegariam a 600 mil toneladas no mercado europeu. Hoje, a cota brasileira não passa de 25 mil toneladas e, na avaliação do Itamaraty, mesmo que o Brasil não ocupe toda a cota, ficará com grande parcela desse novo espaço. Até hoje, o melhor que o País havia atingido era o compromisso dos europeus de importar 1 milhão de toneladas de etanol dentro do acordo entre a UE e o Mercosul. No setor de carne bovina, o Brasil passaria de uma cota de apenas 5 mil toneladas para mais de 200 mil. As vendas dentro da cota são beneficiadas de tarifas de importação reduzidas, tanto para açúcar como para carnes.

Mesmo assim, o governo brasileiro insistiu que um acordo precisará garantir um corte significativo de subsídios. Para o embaixador do Brasil na OMC, Clodoaldo Hugueney, a crise no setor de alimentos no mundo obriga os países a acelerar uma conclusão da Rodada que permita a redução de distorções nos mercados. “A Rodada precisa ajudar a providenciar uma solução efetiva e de longo prazo à situação atual”, diz.

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