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Brasil tenta vender álcool para o Japão

Uma missão japonesa está no país disposta a negociar a compra de etanol (álcool etílico hidratado carburante) do Brasil. O governo brasileiro tem grande interesse em aumentar a venda do produto para o país asiático e por isso busca esclarecer todas as dúvidas da missão, chefiada por Haruhiko Ando, diretor da Agência de Recursos Naturais e Energia do Japão.

“Esse é um processo efetivo onde você tem de informar os japoneses”, disse Antonio Sergio Martins de Melo, secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento.

A principal dúvida dos japoneses é sobre a capacidade de o Brasil produzir etanol e garantir o abastecimento aos japoneses caso os dois países fechem algum acordo. Em um primeiro momento, a venda seria de 500 milhões de litros.

Hoje, o Brasil produz 15 bilhões de litros de etanol por ano e tem capacidade instalada para produzir 18 bilhões. As exportações até outubro atingiram 2,4 bilhões de litros, um crescimento de 14,4% sobre o mesmo período do ano passado.

Para o secretário, o Brasil tem condições de atender esse mercado. Além disso, para ampliar a capacidade de produção, poderá contar com linhas de financiamento japonesas.

Os japoneses querem também saber mais sobre a qualidade do álcool brasileiro e a capacidade logística de entregar a mercadoria no Japão. Outras questões de relevância são sobre a armazenagem e a questão ambiental.

O interesse no Brasil em misturar 3% de etanol na gasolina do país aumentou porque o país precisa desenvolver formas mais limpas de energia para cumprir o Protocolo de Kioto – os países que fazem parte desse acordo se comprometem a reduzir gradualmente o seu nível de emissão de gases poluentes.

“Além da questão do Protocolo de Kioto, há questão da diversificação da matriz energética em razão [da volatilidade dos preços] do petróleo”, disse o secretário. Segundo Melo esse é um encontro técnico e a decisão sobre as importações japonesas vão levar mais tempo. No próximo dia 12, o ministro Luiz Fernando Furlan negociará em Hong Kong (China) o assunto.

De acordo com relatório oficial divulgado semana passada, o Brasil precisará investir cerca de US$ 3,5 bilhões em 50 novas destilarias de álcool para atender a demanda crescente pelo produto nos próximos 15 anos. A área plantada de cana-de-açúcar também terá que ser ampliada em 3,5 milhões de novos hectares até 2023.

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