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Brasil será a principal atração da BioFach

O Brasil reúne condições para se tornar o maior produtor mundial de orgânicos. E o mercado já descobriu isso. Tanto é que o país foi convidado para ser tema da maior feira de artigos orgânicos do planeta, a BioFach, que acontece entre 24 e 27 de fevereiro, na Alemanha. Cerca de 100 empresários nacionais confirmaram a presença no evento, com sede em Nuremberg. Além de produtos já conhecidos dos europeus, como café, açúcar e mel, entre outros, os brasileiros preparam para esta edição pelo menos quatro estréias: versões orgânicas de cosméticos, camarão, cerveja e tecidos.

O presidente da Associação de Promoção das Exportações do Brasil (Apex), Juan Quirós, afirma que a Biofach é a maior vitrine do planeta para o setor. O Brasil, cujo mercado cresce a um ritmo de 50% ao ano, tem cada vez mais destaque no cenário mundial. “A abertura de novos canais de distribuição e comercialização é o fator de incentivo para o aumento da produção”, afirma Quirós.

Thomas Timm, vice-presidente de Marketing da Câmara Brasil-Alemanha, entidade parceira da Apex na promoção dos orgânicos no exterior, diz que a meta é tornar o Brasil líder de mercado. Hoje, os negócios nacionais estão estimados em US$ 100 milhões por ano. O valor é baixo se comparado com o mercado mundial em 2004, que movimentou US$ 26,5 bilhões, segundo dados da Biofach.

A boa notícia é que na Alemanha, um dos maiores mercados para orgânicos no mundo, enquanto o setor alimentício convencional vive um momento de estagnação, este nicho cresce de 10% a 15% ao ano. “Há um espaço enorme para elevar a participação brasileira. O País segue o caminho correto ao buscar desenvolver o mercado externo de maneira estruturada e com conceito”, ressalta Timm.

Para ele, a escolha do Brasil como tema da feira acontece em momento adequado, pela maturidade do mercado nacional e a disposição, consciência e receptividade dos empresários internacionais. “É um casamento muito feliz entre oferta e demanda”, acrescenta.

Para seduzir os cerca de 30 mil visitantes da Biofach, a Apex investiu R$ 3,2 milhões na promoção dos negócios e reservou área 755 metros quadrados na feira, mais que o dobro do espaço ocupado em 2004 (265 metros quadrados).

Para se ter um idéia do potencial do evento, em 2003 a Apex levou 15 empresas à Alemanha que, juntas, fecharam negócios no valor de US$ 700 mil. Em 2004, as vendas chegaram a US$ 15 milhões, com 43 empresas envolvidas. “Nossas previsões para este ano são ainda mais otimistas e esperamos pelo menos dobrar os valores negociados”, comenta Quirós.

A Apex vai criar um espaço, onde os visitantes serão convidados a experimentar o exotismo dos produtos brasileiros, como drinques feitos com cachaça e frutas tropicais e comidas típicas. Nesse estande, de acordo com a Apex, os produtos serão apresentados com identificação geográfica de sua origem no País.

A “Bionight”, happy hour a ser promovido no segundo dia da feira, é outro destaque e oferecerá desde a caipirinha tradicional, até os soft drinks e vinhos brasileiros. Bossa nova, samba e o forró darão o tom local ao evento.

No sábado, terceira noite da BioFach, haverá a “noite de gala” brasileira, com jantar para cerca de mil convidados. A ambientação será constituída de cores, imagens e sons do Brasil. Na elaboração do cardápio, um chef brasileiro e um alemão irão misturar sabores tropicais à culinária germânica, criando um intercâmbio gastronômico. A música nacional ficará a cargo de Yamandú Costa e Armandinho.

De acordo com a Apex, do total das empresas já inscritas na Biofach, 79% são de pequeno porte, sendo 50% do Sudeste, 26% do Sul, e 18% do Norte e Nordeste. Nem todas são certificadas, por causa do alto custo do processo para a adequação às normas. No entanto, a garantia de mercado serve de estímulo para profissionalização, segundo defende Quirós.

De acordo com a Apex, os projetos desenvolvidos com o objetivo de estruturar o setor no Brasil estão avançando. Principalmente no que se refere aos pequenos produtores, que iniciam uma bem-sucedida trajetória no mercado externo. Os agricultores familiares são responsáveis hoje pela maior parte da produção orgânica do país, representando 90% da força de trabalho deste setor.

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