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Brasil pode virar potência em biocombustível

A Agência Internacional de Energia (AIE) aponta o Brasil como um dos países com maior competitividade no mundo na produção de biocombustíveis como etanol e diesel a partir de vegetais, novos produtos dinâmicos do comércio internacional. Ao mesmo tempo, suas projeções são de que os biocombustíveis poderão suprir 30% do combustível usado globalmente pelos meios de transportes até 2020, comparado a apenas 2% atualmente.

Para a AIE e também para a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o Brasil é um dos países com maior capacidade de abocanhar fatias de mercado de energia renovável, aumentando a renda da exportação agrícola, ao lado de China, Índia, Malásia e África do Sul.

Rick Sellers, economista da AIE, calcula que enquanto o preço do barril do petróleo estiver acima de US$ 25, a competitividade do Brasil é indiscutível. Embora ressalte que o Brasil e outros asiáticos e africanos “terão vantagens nos custos, trabalho e produção (nos biocombustíveis) pelos próximos 100 anos”, ele diz que o “outro lado da história” é que nada assegura que a cana-de-açúcar seja a melhor opção no rastro de inovações tecnológicas que vão surgir para produzir biocombustível.

A Unctad estuda a possibilidade de levar a experiência do Brasil com etanol e diesel de vegetais para outros países em desenvolvimento. O organismo parte da constatação de que o aumento do preço e da demanda por petróleo, aliado a mudanças climáticas, aumentarão as pressões para o desenvolvimento e exportação de produtos e serviços de energia renovável. Esse setor gerou de US$ 30 a 40 bilhões em 2003, e o comércio internacional desses produtos foi de US$ 4 bilhões. Seminário ontem na Unctad sobre o tema não contou com a participação de produtores de petróleo, com a rara exceção do Catar, que tem sobretudo gás.

Além disso, parece claro que a nova onda protecionista agrícola em países como a França virá sob o disfarce de produção de biocombustível. Ou seja, a União Européia (em especial a França) poderá produzir grande quantidade de beterraba com subsídios permitidos (caixa verde, no jargão da Organização Mundial de Comércio) supostamente para etanol, mas sem que se saiba com precisão o volume que será destinado à produção de açúcar. O funcionário da AIE considera “legítimo” o uso dos subsídios por produtores franceses.

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